Aeroportos: O Caos Continua! E as Cias Aéreas se Calam.....
E o cenário do post de 02 de novembro continua......
Uma questão entre as diversas que precisam ser respondidas (com algo que não seja: eu não sabia) incomoda-me profundamente. Esta questão envolve o tema central deste blog: a relação entre cias aéreas e o consumidor, que resulta da comercialização das passagens aéreas.
O que aconteceria com alguém que tivesse uma atividade econômica lucrativa e que passasse a ver seu nome constantemente associado a um erro de outra pessoa/entidade, e não seu a priori, e que tivesse seus empregados e clientes afetados pelo mesmo erro?
Acredito que, a princípio, deveria esclarecer junto à mídia e a seus consumidores (sua fonte de lucro) a real situação dos fatos e assumiria os erros estratégicos porventura cometidos, além deixar claro até onde minha cia poderia ser responsabilizada pelo ocorrido. Em um segundo momento, acionaria judicialmente o culpado pelos meus danos materiais e a imagem da minha companhia.
Essas atitudes teriam ainda um grande impacto sobre o ambiente de trabalho de meus funcionários (a essência de meu sucesso), aliviando os mesmos de dar explicações sobre o que não dominam ou não tem a permissão de fazê-lo
Parece plausível, mas no caso real e atual protagonizado pelas cias aéreas brasileiras diante do caos instalado nos aeroportos, as reações são muito diferentes.
Segundo o Código Brasileiro de Aeronáutica, ao qual todas as cias aéreas em funcionamento no Brasil estão submetidas, não importa a causa do atraso, as mesmas são responsáveis pelos danos causados pelo atraso do transporte contratado. A elas cabe cobrar em um segundo momento de quem for o real responsável pelos atrasos.
Mais uma razão para uma atuação mais enfática das cia aéreas atuantes no Brasil. Quem gosta de pagar pelos erros dos ?outros? ?. Coloco ?outros? entre aspas, pois o planejamento estratégico das cias tem conhecimento da infra-estrutura disponível e se não agiu ou denunciou, quando de seu conhecimento, foi no mínimo negligente até com seu próprio lucro.
As cias se manifestam de forma muito tímida através de seu sindicato, o SNEA , presidido pela TAM e que tem grande participação da GOL.
Esta reação tímida pode ser explicada por duas características cruéis reinantes nas relações entre as cias aéreas, governo e consumidores:
Os consumidores, a parte mais fraca, que pagam sem questionar as taxas aeroportuárias cobradas junto com as passagens, têm seus direitos primariamente negados. Primariamente, pois se aproveitando da morosidade do judiciário e da inércia daqueles que tem a obrigação de protegê-los, as cias aéreas e o governo se negam a tomar atitudes imediatas para sanar os transtornos causados aos passageiros. Não só os consumidores, mas também os empregados das cia aéreas, que muitas vezes carecem de poder decisório, são lançados à fúria dos consumidores lesados. Mas isso não causaria danos a imagem das cias, redução de lucros, piora no ambiente de trabalho e nos serviços prestados e quebra de confiança nas cias e no próprio governo? Quanto ao governo, as eleições já deram a resposta. Mas quanto as cias, vamos tratar abaixo.
O mercado de aviação civil no Brasil era controlado pelo DAC (órgão militar), que foi substituído nos últimos meses pela ANAC, uma agência reguladora com estrutura civil. Esse controle envolve o controle tarifário e a criação e distribuição das rotas aéreas. O controle tarifário é histórico e sob o pretexto de proteção das cias aéreas nacionais e dos consumidores (?), impede que promoções tarifárias semelhantes às encontradas na Europa e nos EUA ocorram no Brasil. Nossas cias não estariam maduras para enfrentar a concorrência? A antiga Varig, mesmo prestando um serviço de baixa qualidade em algumas rotas e atolada em dívidas, sobreviveu por vários anos segurando-se nessas tarifas artificialmente estabilizadas e na proteção governamental. Sua ausência abrupta levou ao caos os consumidores e as demais cias aéreas, o que poderia ser evitado se a mesma fosse perdendo mercado paulatinamente como perdia seus lucros.
Mais uma vez, as cias aéreas timidamente reclamaram do ocorrido. Isso fica mais fácil de entender quando se percebe a relação viciosa entre as cias, as agências reguladoras e o governo. As cias brasileiras dependem da ANAC (e antes do DAC) para manutenção dos enormes lucros auferidos com o controle tarifário. Uma competição, ou guerra tarifária, levaria a gastos com melhorias no atendimento, exploração de nichos de mercado e uma técnica gerencial mais moderna e ágil. Certo é que os competentes se manteriam e alguns não sobreviveriam, como ocorreu nos mercados onde a competição foi liberada.
As cias dependem ainda de suas relações com o governo e com as agências para obterem permissão de voar, explorar novas rotas ou ainda assumir rotas lucrativas de alguma cia moribunda, já que não há uma política clara de regulação e distribuição das rotas no país. O governo, políticos e as agências se beneficiam das passagens na forma de cortesias, das passagens que tem direito como agência reguladora e dos apoios financeiros e de infra-estrutura dados as campanhas políticas.
Finalizando, as cias não gritam, pois quem é esperto não grita, os consumidores perdem a voz gritando, e assim vão incomodar menos.
Mais manchetes:
O controle aéreo está por um fio, ou melhor por um cabo.
Não se pode voar com chuva no Brasil. Imagine se um dia nevasse?
O ministro continua sem saber de nada ....
Pode ser terrorismo sem fundamento, mas está começando a me fazer medo .
Finalmente alguém tomou uma atitude para reduzir os atrasos, peça o mesmo ao seu chefe!
Aeroportos: O Caos Continua! E as Cias Aéreas se Calam.....
E o cenário do post de 02 de novembro continua......
Uma questão entre as diversas que precisam ser respondidas (com algo que não seja: eu não sabia) incomoda-me profundamente. Esta questão envolve o tema central deste blog: a relação entre cias aéreas e o consumidor, que resulta da comercialização das passagens aéreas.
O que aconteceria com alguém que tivesse uma atividade econômica lucrativa e que passasse a ver seu nome constantemente associado a um erro de outra pessoa/entidade, e não seu a priori, e que tivesse seus empregados e clientes afetados pelo mesmo erro?
Acredito que, a princípio, deveria esclarecer junto à mídia e a seus consumidores (sua fonte de lucro) a real situação dos fatos e assumiria os erros estratégicos porventura cometidos, além deixar claro até onde minha cia poderia ser responsabilizada pelo ocorrido. Em um segundo momento, acionaria judicialmente o culpado pelos meus danos materiais e a imagem da minha companhia.
Essas atitudes teriam ainda um grande impacto sobre o ambiente de trabalho de meus funcionários (a essência de meu sucesso), aliviando os mesmos de dar explicações sobre o que não dominam ou não tem a permissão de fazê-lo
Parece plausível, mas no caso real e atual protagonizado pelas cias aéreas brasileiras diante do caos instalado nos aeroportos, as reações são muito diferentes.
Segundo o Código Brasileiro de Aeronáutica, ao qual todas as cias aéreas em funcionamento no Brasil estão submetidas, não importa a causa do atraso, as mesmas são responsáveis pelos danos causados pelo atraso do transporte contratado. A elas cabe cobrar em um segundo momento de quem for o real responsável pelos atrasos.
Mais uma razão para uma atuação mais enfática das cia aéreas atuantes no Brasil. Quem gosta de pagar pelos erros dos ?outros? ?. Coloco ?outros? entre aspas, pois o planejamento estratégico das cias tem conhecimento da infra-estrutura disponível e se não agiu ou denunciou, quando de seu conhecimento, foi no mínimo negligente até com seu próprio lucro.
As cias se manifestam de forma muito tímida através de seu sindicato, o SNEA , presidido pela TAM e que tem grande participação da GOL.
Esta reação tímida pode ser explicada por duas características cruéis reinantes nas relações entre as cias aéreas, governo e consumidores:
Os consumidores, a parte mais fraca, que pagam sem questionar as taxas aeroportuárias cobradas junto com as passagens, têm seus direitos primariamente negados. Primariamente, pois se aproveitando da morosidade do judiciário e da inércia daqueles que tem a obrigação de protegê-los, as cias aéreas e o governo se negam a tomar atitudes imediatas para sanar os transtornos causados aos passageiros. Não só os consumidores, mas também os empregados das cia aéreas, que muitas vezes carecem de poder decisório, são lançados à fúria dos consumidores lesados. Mas isso não causaria danos a imagem das cias, redução de lucros, piora no ambiente de trabalho e nos serviços prestados e quebra de confiança nas cias e no próprio governo? Quanto ao governo, as eleições já deram a resposta. Mas quanto as cias, vamos tratar abaixo.
O mercado de aviação civil no Brasil era controlado pelo DAC (órgão militar), que foi substituído nos últimos meses pela ANAC, uma agência reguladora com estrutura civil. Esse controle envolve o controle tarifário e a criação e distribuição das rotas aéreas. O controle tarifário é histórico e sob o pretexto de proteção das cias aéreas nacionais e dos consumidores (?), impede que promoções tarifárias semelhantes às encontradas na Europa e nos EUA ocorram no Brasil. Nossas cias não estariam maduras para enfrentar a concorrência? A antiga Varig, mesmo prestando um serviço de baixa qualidade em algumas rotas e atolada em dívidas, sobreviveu por vários anos segurando-se nessas tarifas artificialmente estabilizadas e na proteção governamental. Sua ausência abrupta levou ao caos os consumidores e as demais cias aéreas, o que poderia ser evitado se a mesma fosse perdendo mercado paulatinamente como perdia seus lucros.
Mais uma vez, as cias aéreas timidamente reclamaram do ocorrido. Isso fica mais fácil de entender quando se percebe a relação viciosa entre as cias, as agências reguladoras e o governo. As cias brasileiras dependem da ANAC (e antes do DAC) para manutenção dos enormes lucros auferidos com o controle tarifário. Uma competição, ou guerra tarifária, levaria a gastos com melhorias no atendimento, exploração de nichos de mercado e uma técnica gerencial mais moderna e ágil. Certo é que os competentes se manteriam e alguns não sobreviveriam, como ocorreu nos mercados onde a competição foi liberada.
As cias dependem ainda de suas relações com o governo e com as agências para obterem permissão de voar, explorar novas rotas ou ainda assumir rotas lucrativas de alguma cia moribunda, já que não há uma política clara de regulação e distribuição das rotas no país. O governo, políticos e as agências se beneficiam das passagens na forma de cortesias, das passagens que tem direito como agência reguladora e dos apoios financeiros e de infra-estrutura dados as campanhas políticas.
Finalizando, as cias não gritam, pois quem é esperto não grita, os consumidores perdem a voz gritando, e assim vão incomodar menos.
Mais manchetes:
O controle aéreo está por um fio, ou melhor por um cabo.
Não se pode voar com chuva no Brasil. Imagine se um dia nevasse?
O ministro continua sem saber de nada ....
Pode ser terrorismo sem fundamento, mas está começando a me fazer medo .
Finalmente alguém tomou uma atitude para reduzir os atrasos, peça o mesmo ao seu chefe!
E o cenário do post de 02 de novembro continua......
Uma questão entre as diversas que precisam ser respondidas (com algo que não seja: eu não sabia) incomoda-me profundamente. Esta questão envolve o tema central deste blog: a relação entre cias aéreas e o consumidor, que resulta da comercialização das passagens aéreas.
O que aconteceria com alguém que tivesse uma atividade econômica lucrativa e que passasse a ver seu nome constantemente associado a um erro de outra pessoa/entidade, e não seu a priori, e que tivesse seus empregados e clientes afetados pelo mesmo erro?
Acredito que, a princípio, deveria esclarecer junto à mídia e a seus consumidores (sua fonte de lucro) a real situação dos fatos e assumiria os erros estratégicos porventura cometidos, além deixar claro até onde minha cia poderia ser responsabilizada pelo ocorrido. Em um segundo momento, acionaria judicialmente o culpado pelos meus danos materiais e a imagem da minha companhia.
Essas atitudes teriam ainda um grande impacto sobre o ambiente de trabalho de meus funcionários (a essência de meu sucesso), aliviando os mesmos de dar explicações sobre o que não dominam ou não tem a permissão de fazê-lo
Parece plausível, mas no caso real e atual protagonizado pelas cias aéreas brasileiras diante do caos instalado nos aeroportos, as reações são muito diferentes.
Segundo o Código Brasileiro de Aeronáutica, ao qual todas as cias aéreas em funcionamento no Brasil estão submetidas, não importa a causa do atraso, as mesmas são responsáveis pelos danos causados pelo atraso do transporte contratado. A elas cabe cobrar em um segundo momento de quem for o real responsável pelos atrasos.
Mais uma razão para uma atuação mais enfática das cia aéreas atuantes no Brasil. Quem gosta de pagar pelos erros dos ?outros? ?. Coloco ?outros? entre aspas, pois o planejamento estratégico das cias tem conhecimento da infra-estrutura disponível e se não agiu ou denunciou, quando de seu conhecimento, foi no mínimo negligente até com seu próprio lucro.
As cias se manifestam de forma muito tímida através de seu sindicato, o SNEA , presidido pela TAM e que tem grande participação da GOL.
Esta reação tímida pode ser explicada por duas características cruéis reinantes nas relações entre as cias aéreas, governo e consumidores:
Os consumidores, a parte mais fraca, que pagam sem questionar as taxas aeroportuárias cobradas junto com as passagens, têm seus direitos primariamente negados. Primariamente, pois se aproveitando da morosidade do judiciário e da inércia daqueles que tem a obrigação de protegê-los, as cias aéreas e o governo se negam a tomar atitudes imediatas para sanar os transtornos causados aos passageiros. Não só os consumidores, mas também os empregados das cia aéreas, que muitas vezes carecem de poder decisório, são lançados à fúria dos consumidores lesados. Mas isso não causaria danos a imagem das cias, redução de lucros, piora no ambiente de trabalho e nos serviços prestados e quebra de confiança nas cias e no próprio governo? Quanto ao governo, as eleições já deram a resposta. Mas quanto as cias, vamos tratar abaixo.
O mercado de aviação civil no Brasil era controlado pelo DAC (órgão militar), que foi substituído nos últimos meses pela ANAC, uma agência reguladora com estrutura civil. Esse controle envolve o controle tarifário e a criação e distribuição das rotas aéreas. O controle tarifário é histórico e sob o pretexto de proteção das cias aéreas nacionais e dos consumidores (?), impede que promoções tarifárias semelhantes às encontradas na Europa e nos EUA ocorram no Brasil. Nossas cias não estariam maduras para enfrentar a concorrência? A antiga Varig, mesmo prestando um serviço de baixa qualidade em algumas rotas e atolada em dívidas, sobreviveu por vários anos segurando-se nessas tarifas artificialmente estabilizadas e na proteção governamental. Sua ausência abrupta levou ao caos os consumidores e as demais cias aéreas, o que poderia ser evitado se a mesma fosse perdendo mercado paulatinamente como perdia seus lucros.
Mais uma vez, as cias aéreas timidamente reclamaram do ocorrido. Isso fica mais fácil de entender quando se percebe a relação viciosa entre as cias, as agências reguladoras e o governo. As cias brasileiras dependem da ANAC (e antes do DAC) para manutenção dos enormes lucros auferidos com o controle tarifário. Uma competição, ou guerra tarifária, levaria a gastos com melhorias no atendimento, exploração de nichos de mercado e uma técnica gerencial mais moderna e ágil. Certo é que os competentes se manteriam e alguns não sobreviveriam, como ocorreu nos mercados onde a competição foi liberada.
As cias dependem ainda de suas relações com o governo e com as agências para obterem permissão de voar, explorar novas rotas ou ainda assumir rotas lucrativas de alguma cia moribunda, já que não há uma política clara de regulação e distribuição das rotas no país. O governo, políticos e as agências se beneficiam das passagens na forma de cortesias, das passagens que tem direito como agência reguladora e dos apoios financeiros e de infra-estrutura dados as campanhas políticas.
Finalizando, as cias não gritam, pois quem é esperto não grita, os consumidores perdem a voz gritando, e assim vão incomodar menos.
Mais manchetes:
O controle aéreo está por um fio, ou melhor por um cabo.
Não se pode voar com chuva no Brasil. Imagine se um dia nevasse?
O ministro continua sem saber de nada ....
Pode ser terrorismo sem fundamento, mas está começando a me fazer medo .
Finalmente alguém tomou uma atitude para reduzir os atrasos, peça o mesmo ao seu chefe!
Um comentário:
É Rodrigo, a coisa tá preta mesmo... e esse ministro segue e linha do PT : "Não sei de nada", como se o não saber o isentasse da responsabilidade.... Outro problema é que a ANAC está cada vez mais sendo regida por interesses políticos(o que nunca deveria acontecer, já que é uma agencia controladora)...se já era ruim com o DAC, com a ANAC piorou...
Abraços
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