segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Acumular ou Não Acumular Milhas: Eis a Questão!

Os programas de milhagem ou fidelidade aérea foram criados a fim de gerar recompensas aos viajantes frequentes, sendo esses primariamente composto pelos viajantes a negócio. Por que o foco foi os viajantes a negócios? Porque normalmente os executivos acabam por realizar um número muito grande de viagens durante o ano, além de adquirirem passagens pagando tarifas mais altas, já que precisam de flexibilidade de datas e horários e a possibilidade de reembolso. Como normalmente quem paga a passagem desses executivos são as empresas para as quais eles trabalham, os programas de fidelidade vêem os executivos, aqueles que acumulam as milhas (não as empresas) e as usam geralmente para seu lazer, como uma fonte de influência junto aos seus principais e mais lucrativos consumidores, as empresas. Você sabia que as passagens vendidas para a Primeira Classe e para a Classe Executiva são as principais fontes de lucro de um vôo internacional?



Já a média dos viajantes, principalmente aqueles viajam a lazer, nunca foram o alvo principal desses programas. Com o passar do tempo, as cias aéreas notaram que seus programas de fidelidade poderiam ser um chamariz também para esses viajantes, que almejavam os benefícios dados aos seus associados. O uso dos programas de milhagem como ferramenta de propaganda é sempre enfatizado nos períodos de recessão vividos pelas cias aéreas e relegado a um plano menos importante nos períodos mais lucrativos. Algumas cias têm transformado seus programas de milhagem em empresas lucrativas devido à venda de milhas a seus parceiros não aéreos (bancos, hotéis, administradoras de cartões de crédito etc) que, dessa forma, podem premiar seus consumidores com algumas milhas que aos olhos dos mesmos podem ser encaradas como os primeiros passos em direção a uma viagem de sonho.




Nos EUA, principalmente, o hábito de acumular milhas atingiu em cheio o coração e o bolso de vários americanos, sendo que alguns se tornaram participantes do que lá é chamado de Mileage Run. São pessoas que estão sempre procurando acumular milhas pelo menor custo possível, nem que seja necessário fazer 10 vôos de curta duração em um único dia. Eles acreditam que qualquer milha acumulada por um custo inferior a 0,03 USD vale a pena. Estão à procura de promoções em parceiros aéreos e não aéreos e em rotas que permitam acúmulo de milhas bônus.






Os viajantes que realizam vários vôos durante o ano ou aqueles que realizam poucos vôos de longa duração, sendo os mesmos custeados por outro que não ele, são os maiores beneficiados dos programas de fidelidade.





Do lado oposto, ficam os viajantes que realizam poucas viagens ao ano e principalmente de curta duração. Esses são pouco ou nada beneficiados por esses programas de fidelidade. Caso paguem por esses vôos, acabam por pagar mais por passagens ou serviços que permitam acúmulo de milhas que nunca chegam ao mínimo necessário para emitir uma passagem prêmio e acabam perdendo sua validade.




No meio, fica o grupo de viajantes que realizam um grande número de vôos ou um número reduzido de vôos de longa duração custeados com recursos próprios. Nesse grupo, a decisão de associar-se a um programa de milhagem e optar por acumular milhas em vôos, cartões de crédito e outros parceiros é uma decisão muito mais difícil do que parece.







Por quê? Porque em um extremo, quando alguém se associa a um programa de milhagem com a intenção primária, e às vezes cega, de otimizar ao máximo o acúmulo de milhas e convertê-las em viagens prêmio, além de progredir para um nível mais alto em seu programa de milhagem, ele indiretamente toma também as seguintes decisões:




  1. 1 De dar preferência a vôos das cias parceiras de seu programa de fidelidade e de optar por tarifas que permitem acúmulo de milhas em sua conta. Essa decisão o afasta, muitas vezes, de conhecer o serviço de outras cias não parceiras ao programa ao qual se associou, que podem, inclusive, prestar um serviço melhor ou ter tarifas para determinadas rotas inferiores às das cias que compõe seu programa de fidelidade. O impede ainda de comprar tarifas superpromocionais, que não permitem o acúmulo de milhas. Resultado: limita suas opções e pode-se pagar mais caro por isso.


  2. 2 De associar-se a um cartão de crédito que permita o acúmulo de milhas em seu programa de fidelidade, o que geralmente é associado a uma anuidade mais elevada nesses cartões. Algumas vezes acaba-se por optar por pagar as despesas ou compras com cartão de crédito mesmo nos momentos em que há um desconto para o pagamento com dinheiro, cartão de débito ou cheque.


  3. 3 Quase te obriga a manter uma certa frequencia de vôos anuais nas cias parceiras, a fim de manter suas milhas acumuladas ou atingir o número de milhas necessárias para a emissão de uma passagem prêmio ou mesmo para alcançar ou manter um status elite dentro do programa.


  4. 4 Obriga ainda, o associado a ser mais organizado, a fim de planejar seu acúmulo de milhas e o gasto das mesmas, de forma que não venha a perdê-las por ter expirado o tempo para usá-las ou mesmo emitir uma passagem prêmio usando uma quantidade de milhas que poderiam ser usadas na emissão de uma outra passagem para um destino com uma relação custo/benefício melhor.

Custo sim! Apesar de parecer inicialmente que ganhamos as milhas como um brinde, na verdade pagamos por ela um certo valor. Esse valor poderia ser calculado pela diferença entre uma passagem que permite acúmulo de milhagem e outra que não permite esse acúmulo, sendo que as duas teriam regras semelhantes. Outra forma de determinar o custo das mesmas, um pouco mais complexa, é calculando-se quantas passagens gerando milhas seriam necessárias para acumular milhas suficientes para emitir uma passagem prêmio igual, usando a tabela do seu programa de fidelidade.





Número de passagens = Milhas necessárias para emitir passagem igual / Milhas ganhas em cada passagem





Divide-se o preço cobrado pela tarifa pelo número de passagens necessárias para a emissão da passagem prêmio calculado conforme descrito acima. O resultado será o valor que você “estaria pagando a mais” em cada passagem para ter direito a emitir uma passagem prêmio, normalmente cheia de restrições, no futuro.






Valor “pago a mais” = Valor cobrado pela tarifa / número de passagens necessárias





Caso você consiga uma outra passagem com uma tarifa de valor substancialmente inferior ao valor resultante da subtração desse valor “a mais” do preço cobrado pela tarifa que permite acumular milhas no seu programa, a opção pelo acúmulo de milhas deixa de ser interessante financeiramente. Mas se seu foco é o status elite, lembre-se o quanto você está pagando por ele.




Veja a tabela abaixo: Para ampliar a tabela, click aqui !


Algumas conclusões podem ser tiradas dos dados contidos na mesma:

  • A) Quanto mais distante a passagem te leva e por conseguinte mais milhas se acumula em seu programa de fidelidade, mais baixo é o preço que se “paga a mais” pelas milhas e portanto mais vantajoso é seu acúmulo. Viagens curtas perdem muito desse atrativo quando comparadas com as de longa distância, mesmo quando se é beneficiado pelas promoções que permitem acumular no mínimo 1000 milhas/pontos por trecho voado. Mas lembre-se, que uma viagem de média distância pode ser formada de vários trechos que acumulam no mínimo 1000 pontos/milhas podendo dessa forma inverter sua desvantagem, apesar de piorar em muito o conforto do viajante. Por exemplo, posso ir de São Paulo a Fortaleza direto ou passar por Belo Horizonte, Salvador e Recife. Serão 2000 milhas contra 6000 milhas acumuladas em passagens de ida e volta. Não recomendo, a não ser que tenha ficado empolgado com a história do Mileage Run.


  • B) Quanto mais elevado seu status em um programa de fidelidade, mais benefícios ele lhe traz. Ele potencializa seu acúmulo de milhas através das milhas bônus, dadas principalmente em vôos próprios das proprietárias dos programas de fidelidade e algumas parceiras.


  • C) O cartão de crédito, que permite acúmulos de milhas, principalmente se você não paga anuidade, tem um volume alto e constante de gastos nele e que tenha um programa de acúmulo de milhas com bons múltiplos por dólar gasto ou milhas bônus ou ainda bons prazos de validade das milhas acumuladas, pode ser um importante aliado para alcançar sua passagem prêmio. Mas geralmente não auxilia na progressão de nível dentro do programa, pois suas milhas não são computadas para esse efeito. Caso você não tenha controle de seus gastos ou opte por financiar suas compras usando as taxas do cartão de crédito, esqueça o que eu falei, pois ele pode acabar por inviabilizar a sua próxima viagem!



No outro extremo, está aquele viajante que tem um leve interesse em acumular milhas, mas é relapso quanto aos custos e prazos associados com as mesmas. Mas de que valem essas milhas, se não são administradas de uma forma mais consciente? Não são raros aqueles vivem a perder milhas acumuladas, seja por descuido, desconhecimento das regras do programa ao qual é associado ou mesmo desinteresse momentâneo. Essas pessoas seriam muito mais beneficiadas se optassem sempre por passagens mais baratas, dentro das suas necessidades, por cartões de crédito com anuidades inferiores ou com programa de prêmios em que os pontos acumulados nunca expirassem.




Portanto, o tema milhas e seu custo/benefício é complexo, e posso estar enganado, mas acredito que as cias tem interesse nisso, já que a desinformação pode levar ao viajante a pagar por milhas ou escolher uma tarifa que permita o acúmulo de milhas, que ele nunca vai ter a oportunidade ou interesse de usar, motivados por uma vontade passageiro ou iludido pela idéia emitir uma passagem de graça no futuro.



Concluo com uma frase que já utilizei antes: Milhas Aéreas, não se deixe embriagar, aprecie com moderação.

11 comentários:

Anônimo disse...

Rodrigo, eu me enquadro na categoria 3 (a que me obriga a manter uma certa frequência de vôos anuais a fim de atingir o número de milhas necessárias para a emissão de uma passagem prêmio).

Cláudio Neb disse...

Amigão, PARABÉNS pela matéria. Mais uma com muito conteúdo e super bem escrita.

Só me confirma uma coisa: Em condições normais, saindo de SP em vôo direto eu chegaria em Manaus com 1.000 milhas. E se houver escala no RJ? Eu chegaria em Manaus com 2.000 milhas?

Abração.

Cláudio

Rodrigo Purisch disse...

Cláudio,

Na TAM dentro da Am. do Sul vale 1000 pontos por check in.~Se fez só um mesmo tendo feito vários vôos, vale apenas 1000. Exemplo. Fortaleza/São Paulo/Rio/Buenos Aires só 1000 pontos na ida e 1000 na volta.

Nas demais vale a distância efetivamente voada. Quanto mais vôos, mais milhas. Dando origem a mileage run nos EUA.

Um abraço e obrigado pela visita e elogios

Isac Nunes disse...

Prezado Rodrigo:

Já havia lido os seus comentários a respeito de acúmulo de milhas, os quais são sempre muito proveitosos.

Agora tenho uma dúvida (cruel) e busquei novamente a sua página, para ver se conseguia encontrar algum meio de resolver esse dilema: eis que, numa viagem recente à Europa, acumulei 12.000 milhas pela TAM. Eu, que tenho o cartão de fidelidade branco, pensei na hipótese de sacrificar essas milhas, trocando-as por um upgrade à categoria azul.

Você acha que isso seria vantajoso para mim, que viajo ao estrangeiro pelo menos uma vez ao ano, com a família, nem sempre em vôos intercontinentais?

Procurei informações na página da companhia, e vi um dado um pouco estranho, que é a manutenção categoria. Pensei, inicialmente, que, uma vez ‘conquistada’ uma categoria, essa condição seria para sempre, mas, pelo que eu li ali, não é bem assim, se não houver novos vôos intercontinentais, num período de um ano, o participante pode retornar à categoria branca.

Obrigado pela orientação.

Saudações

Isac Nunes

Isac Nunes disse...

Prezado Rodrigo:

Já havia lido os seus comentários a respeito de acúmulo de milhas, os quais são sempre muito proveitosos.

Agora tenho uma dúvida (cruel) e busquei novamente a sua página, para ver se conseguia encontrar algum meio de resolver esse dilema: eis que, numa viagem recente à Europa, acumulei 12.000 milhas pela TAM. Eu, que tenho o cartão de fidelidade branco, pensei na hipótese de sacrificar essas milhas, trocando-as por um upgrade à categoria azul.

Você acha que isso seria vantajoso para mim, que viajo ao estrangeiro pelo menos uma vez ao ano, com a família, nem sempre em vôos intercontinentais?

Procurei informações na página da companhia, e vi um dado um pouco estranho, que é a manutenção categoria. Pensei, inicialmente, que, uma vez ‘conquistada’ uma categoria, essa condição seria para sempre, mas, pelo que eu li ali, não é bem assim, se não houver novos vôos intercontinentais, num período de um ano, o participante pode retornar à categoria branca.

Obrigado pela orientação.

Saudações

Isac Nunes

Rodrigo Purisch disse...

Isac,

Na maioria das cias aéreas o status elite é revalidado ano a ano. Você tem que voar um determinado número de milhas/pontos para se manter naquele status. Esse número varia de uma cia para outra e algumas cias, o número de de pontos/milhas para manutenção pode ser menor que o necessário para conquistar o status. Na maioria delas, o status só é obtido voando em vôo da própria cia e não em vôos de parceiros ou impõe um número mínimo de milhas/pontos voados na dona do programa...Isso reduz muito as opções. Outras cias dão o status elite no momento em que se conquista o número de pontos necessários e outras só no início do próximo ciclo.

Status elite eterno hoje são poucos. A Singapore tinha um que ela revogou e deu até briga na justiça. Acho que a Lufhtansa tem um, mas são necessários um número tão grande de milhas que só para quem viaja de executiva/primeira ou jato particular da Lufhtansa toda semana....

Não acredito que valha a pena sacrificar esses pontos para mudar de nível no Fidelidade. O número de milhas ganhas a mais só é interessante para quem voa muito. O Azul não dá muitas vantagens. O Vermelho dá um pouco mais, mas é msnos do que os Gold Smiles dava (um status reconhecido em todas as cias da Star Alliance).

Algo deve mudar no Fidelidade quando a TAM entrar na Star Alliance (acesso a sala vip internacional para todos os vermelhos mesmo voando econômica?)

Eu usaria esses 12 mil nesse vôos promocionais que a TAM tem colocado onde era possível emitir um trecho usando 3,5 ou 7 mil pontos. Vi muito trecho BH para o Rio, São Paulo e Salvador por 3 mil pontos (fora dos horários de pico). Tem um tempo que não dou uma pesquisada no site da TAM.

Um abraço

Unknown disse...

Olá.
Gostaria de uma ajuda.
Ao mês de Julho realizei uma viagem com 4 paradas ida e volta.
Do Brasil para portugal, apos tres dias para Paris, E NA VOLTA, de Paris a Portugal e Portugal para o Brasil.Observei que minhas milhas seriam até que altas, mas quando fui ver isso no proprio aeroporto mandaram eu realizar isso na internet, só que até agora não sei como.Alguem poderia me ajudar?

meu email: brutenis5@hotmail.com
Obrigada.

Bruna

Julio Mercier disse...

TENHO UMA DÚVIDA
Tenho cartão de crédito ITAUCARD Fidelidade TAM que acumula 1,33pts./US$1,00. Às vezes eu pago a fatura deste cartão em outro que me cobra 1,5% do valor total da fatura anterior e oferece 1,1pts./US$1,00. Ou seja, a cada R$1.000,00, ganho 2,23pts/dólar a um custo adicional de R$15 pelos 1,1pts extras. Será que isso compensa?

Julio Mercier disse...

CORRIGINDO...
O total de pontos não é 2,23, e sim 2,43.

Isac Nunes disse...

Caro Julio:

O cartão com o qual V. paga a fatura do outro cartão lhe dá pontos por esse tipo de pagamento?

Pergunto-lhe isso, pois, nalguns deles, no caso do UNICARD, por exemplo, os pontos acumulados correspondem somente a compras efetuadas durante o período, não há premiação em casos como o que V. aponta.

Verifique, então, isso com a administradora do seu cartão. Quem sabe V. chega rapidamente a uma conclusão em relação a esse dilema.

Saudações,
puigllum

Julio Mercier disse...

Sim, quando eu pago contas no cartao, a cada dólar é gerado 1,1pts. Simplificando: ITAU=1,33(compras)+1,1(pagto da fatura anterior em outro cartao). Totaliza 2,43/dólar. Porém para pagto. de contas no cartão, existe o custo de 1,5% sobre o valor da conta, e consequentemente para o acúmulo adicional de 1,1pts.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Acumular ou Não Acumular Milhas: Eis a Questão!

Os programas de milhagem ou fidelidade aérea foram criados a fim de gerar recompensas aos viajantes frequentes, sendo esses primariamente composto pelos viajantes a negócio. Por que o foco foi os viajantes a negócios? Porque normalmente os executivos acabam por realizar um número muito grande de viagens durante o ano, além de adquirirem passagens pagando tarifas mais altas, já que precisam de flexibilidade de datas e horários e a possibilidade de reembolso. Como normalmente quem paga a passagem desses executivos são as empresas para as quais eles trabalham, os programas de fidelidade vêem os executivos, aqueles que acumulam as milhas (não as empresas) e as usam geralmente para seu lazer, como uma fonte de influência junto aos seus principais e mais lucrativos consumidores, as empresas. Você sabia que as passagens vendidas para a Primeira Classe e para a Classe Executiva são as principais fontes de lucro de um vôo internacional?



Já a média dos viajantes, principalmente aqueles viajam a lazer, nunca foram o alvo principal desses programas. Com o passar do tempo, as cias aéreas notaram que seus programas de fidelidade poderiam ser um chamariz também para esses viajantes, que almejavam os benefícios dados aos seus associados. O uso dos programas de milhagem como ferramenta de propaganda é sempre enfatizado nos períodos de recessão vividos pelas cias aéreas e relegado a um plano menos importante nos períodos mais lucrativos. Algumas cias têm transformado seus programas de milhagem em empresas lucrativas devido à venda de milhas a seus parceiros não aéreos (bancos, hotéis, administradoras de cartões de crédito etc) que, dessa forma, podem premiar seus consumidores com algumas milhas que aos olhos dos mesmos podem ser encaradas como os primeiros passos em direção a uma viagem de sonho.




Nos EUA, principalmente, o hábito de acumular milhas atingiu em cheio o coração e o bolso de vários americanos, sendo que alguns se tornaram participantes do que lá é chamado de Mileage Run. São pessoas que estão sempre procurando acumular milhas pelo menor custo possível, nem que seja necessário fazer 10 vôos de curta duração em um único dia. Eles acreditam que qualquer milha acumulada por um custo inferior a 0,03 USD vale a pena. Estão à procura de promoções em parceiros aéreos e não aéreos e em rotas que permitam acúmulo de milhas bônus.






Os viajantes que realizam vários vôos durante o ano ou aqueles que realizam poucos vôos de longa duração, sendo os mesmos custeados por outro que não ele, são os maiores beneficiados dos programas de fidelidade.





Do lado oposto, ficam os viajantes que realizam poucas viagens ao ano e principalmente de curta duração. Esses são pouco ou nada beneficiados por esses programas de fidelidade. Caso paguem por esses vôos, acabam por pagar mais por passagens ou serviços que permitam acúmulo de milhas que nunca chegam ao mínimo necessário para emitir uma passagem prêmio e acabam perdendo sua validade.




No meio, fica o grupo de viajantes que realizam um grande número de vôos ou um número reduzido de vôos de longa duração custeados com recursos próprios. Nesse grupo, a decisão de associar-se a um programa de milhagem e optar por acumular milhas em vôos, cartões de crédito e outros parceiros é uma decisão muito mais difícil do que parece.







Por quê? Porque em um extremo, quando alguém se associa a um programa de milhagem com a intenção primária, e às vezes cega, de otimizar ao máximo o acúmulo de milhas e convertê-las em viagens prêmio, além de progredir para um nível mais alto em seu programa de milhagem, ele indiretamente toma também as seguintes decisões:




  1. 1 De dar preferência a vôos das cias parceiras de seu programa de fidelidade e de optar por tarifas que permitem acúmulo de milhas em sua conta. Essa decisão o afasta, muitas vezes, de conhecer o serviço de outras cias não parceiras ao programa ao qual se associou, que podem, inclusive, prestar um serviço melhor ou ter tarifas para determinadas rotas inferiores às das cias que compõe seu programa de fidelidade. O impede ainda de comprar tarifas superpromocionais, que não permitem o acúmulo de milhas. Resultado: limita suas opções e pode-se pagar mais caro por isso.


  2. 2 De associar-se a um cartão de crédito que permita o acúmulo de milhas em seu programa de fidelidade, o que geralmente é associado a uma anuidade mais elevada nesses cartões. Algumas vezes acaba-se por optar por pagar as despesas ou compras com cartão de crédito mesmo nos momentos em que há um desconto para o pagamento com dinheiro, cartão de débito ou cheque.


  3. 3 Quase te obriga a manter uma certa frequencia de vôos anuais nas cias parceiras, a fim de manter suas milhas acumuladas ou atingir o número de milhas necessárias para a emissão de uma passagem prêmio ou mesmo para alcançar ou manter um status elite dentro do programa.


  4. 4 Obriga ainda, o associado a ser mais organizado, a fim de planejar seu acúmulo de milhas e o gasto das mesmas, de forma que não venha a perdê-las por ter expirado o tempo para usá-las ou mesmo emitir uma passagem prêmio usando uma quantidade de milhas que poderiam ser usadas na emissão de uma outra passagem para um destino com uma relação custo/benefício melhor.

Custo sim! Apesar de parecer inicialmente que ganhamos as milhas como um brinde, na verdade pagamos por ela um certo valor. Esse valor poderia ser calculado pela diferença entre uma passagem que permite acúmulo de milhagem e outra que não permite esse acúmulo, sendo que as duas teriam regras semelhantes. Outra forma de determinar o custo das mesmas, um pouco mais complexa, é calculando-se quantas passagens gerando milhas seriam necessárias para acumular milhas suficientes para emitir uma passagem prêmio igual, usando a tabela do seu programa de fidelidade.





Número de passagens = Milhas necessárias para emitir passagem igual / Milhas ganhas em cada passagem





Divide-se o preço cobrado pela tarifa pelo número de passagens necessárias para a emissão da passagem prêmio calculado conforme descrito acima. O resultado será o valor que você “estaria pagando a mais” em cada passagem para ter direito a emitir uma passagem prêmio, normalmente cheia de restrições, no futuro.






Valor “pago a mais” = Valor cobrado pela tarifa / número de passagens necessárias





Caso você consiga uma outra passagem com uma tarifa de valor substancialmente inferior ao valor resultante da subtração desse valor “a mais” do preço cobrado pela tarifa que permite acumular milhas no seu programa, a opção pelo acúmulo de milhas deixa de ser interessante financeiramente. Mas se seu foco é o status elite, lembre-se o quanto você está pagando por ele.




Veja a tabela abaixo: Para ampliar a tabela, click aqui !


Algumas conclusões podem ser tiradas dos dados contidos na mesma:

  • A) Quanto mais distante a passagem te leva e por conseguinte mais milhas se acumula em seu programa de fidelidade, mais baixo é o preço que se “paga a mais” pelas milhas e portanto mais vantajoso é seu acúmulo. Viagens curtas perdem muito desse atrativo quando comparadas com as de longa distância, mesmo quando se é beneficiado pelas promoções que permitem acumular no mínimo 1000 milhas/pontos por trecho voado. Mas lembre-se, que uma viagem de média distância pode ser formada de vários trechos que acumulam no mínimo 1000 pontos/milhas podendo dessa forma inverter sua desvantagem, apesar de piorar em muito o conforto do viajante. Por exemplo, posso ir de São Paulo a Fortaleza direto ou passar por Belo Horizonte, Salvador e Recife. Serão 2000 milhas contra 6000 milhas acumuladas em passagens de ida e volta. Não recomendo, a não ser que tenha ficado empolgado com a história do Mileage Run.


  • B) Quanto mais elevado seu status em um programa de fidelidade, mais benefícios ele lhe traz. Ele potencializa seu acúmulo de milhas através das milhas bônus, dadas principalmente em vôos próprios das proprietárias dos programas de fidelidade e algumas parceiras.


  • C) O cartão de crédito, que permite acúmulos de milhas, principalmente se você não paga anuidade, tem um volume alto e constante de gastos nele e que tenha um programa de acúmulo de milhas com bons múltiplos por dólar gasto ou milhas bônus ou ainda bons prazos de validade das milhas acumuladas, pode ser um importante aliado para alcançar sua passagem prêmio. Mas geralmente não auxilia na progressão de nível dentro do programa, pois suas milhas não são computadas para esse efeito. Caso você não tenha controle de seus gastos ou opte por financiar suas compras usando as taxas do cartão de crédito, esqueça o que eu falei, pois ele pode acabar por inviabilizar a sua próxima viagem!



No outro extremo, está aquele viajante que tem um leve interesse em acumular milhas, mas é relapso quanto aos custos e prazos associados com as mesmas. Mas de que valem essas milhas, se não são administradas de uma forma mais consciente? Não são raros aqueles vivem a perder milhas acumuladas, seja por descuido, desconhecimento das regras do programa ao qual é associado ou mesmo desinteresse momentâneo. Essas pessoas seriam muito mais beneficiadas se optassem sempre por passagens mais baratas, dentro das suas necessidades, por cartões de crédito com anuidades inferiores ou com programa de prêmios em que os pontos acumulados nunca expirassem.




Portanto, o tema milhas e seu custo/benefício é complexo, e posso estar enganado, mas acredito que as cias tem interesse nisso, já que a desinformação pode levar ao viajante a pagar por milhas ou escolher uma tarifa que permita o acúmulo de milhas, que ele nunca vai ter a oportunidade ou interesse de usar, motivados por uma vontade passageiro ou iludido pela idéia emitir uma passagem de graça no futuro.



Concluo com uma frase que já utilizei antes: Milhas Aéreas, não se deixe embriagar, aprecie com moderação.

11 comentários:

Anônimo disse...

Rodrigo, eu me enquadro na categoria 3 (a que me obriga a manter uma certa frequência de vôos anuais a fim de atingir o número de milhas necessárias para a emissão de uma passagem prêmio).

Cláudio Neb disse...

Amigão, PARABÉNS pela matéria. Mais uma com muito conteúdo e super bem escrita.

Só me confirma uma coisa: Em condições normais, saindo de SP em vôo direto eu chegaria em Manaus com 1.000 milhas. E se houver escala no RJ? Eu chegaria em Manaus com 2.000 milhas?

Abração.

Cláudio

Rodrigo Purisch disse...

Cláudio,

Na TAM dentro da Am. do Sul vale 1000 pontos por check in.~Se fez só um mesmo tendo feito vários vôos, vale apenas 1000. Exemplo. Fortaleza/São Paulo/Rio/Buenos Aires só 1000 pontos na ida e 1000 na volta.

Nas demais vale a distância efetivamente voada. Quanto mais vôos, mais milhas. Dando origem a mileage run nos EUA.

Um abraço e obrigado pela visita e elogios

Isac Nunes disse...

Prezado Rodrigo:

Já havia lido os seus comentários a respeito de acúmulo de milhas, os quais são sempre muito proveitosos.

Agora tenho uma dúvida (cruel) e busquei novamente a sua página, para ver se conseguia encontrar algum meio de resolver esse dilema: eis que, numa viagem recente à Europa, acumulei 12.000 milhas pela TAM. Eu, que tenho o cartão de fidelidade branco, pensei na hipótese de sacrificar essas milhas, trocando-as por um upgrade à categoria azul.

Você acha que isso seria vantajoso para mim, que viajo ao estrangeiro pelo menos uma vez ao ano, com a família, nem sempre em vôos intercontinentais?

Procurei informações na página da companhia, e vi um dado um pouco estranho, que é a manutenção categoria. Pensei, inicialmente, que, uma vez ‘conquistada’ uma categoria, essa condição seria para sempre, mas, pelo que eu li ali, não é bem assim, se não houver novos vôos intercontinentais, num período de um ano, o participante pode retornar à categoria branca.

Obrigado pela orientação.

Saudações

Isac Nunes

Isac Nunes disse...

Prezado Rodrigo:

Já havia lido os seus comentários a respeito de acúmulo de milhas, os quais são sempre muito proveitosos.

Agora tenho uma dúvida (cruel) e busquei novamente a sua página, para ver se conseguia encontrar algum meio de resolver esse dilema: eis que, numa viagem recente à Europa, acumulei 12.000 milhas pela TAM. Eu, que tenho o cartão de fidelidade branco, pensei na hipótese de sacrificar essas milhas, trocando-as por um upgrade à categoria azul.

Você acha que isso seria vantajoso para mim, que viajo ao estrangeiro pelo menos uma vez ao ano, com a família, nem sempre em vôos intercontinentais?

Procurei informações na página da companhia, e vi um dado um pouco estranho, que é a manutenção categoria. Pensei, inicialmente, que, uma vez ‘conquistada’ uma categoria, essa condição seria para sempre, mas, pelo que eu li ali, não é bem assim, se não houver novos vôos intercontinentais, num período de um ano, o participante pode retornar à categoria branca.

Obrigado pela orientação.

Saudações

Isac Nunes

Rodrigo Purisch disse...

Isac,

Na maioria das cias aéreas o status elite é revalidado ano a ano. Você tem que voar um determinado número de milhas/pontos para se manter naquele status. Esse número varia de uma cia para outra e algumas cias, o número de de pontos/milhas para manutenção pode ser menor que o necessário para conquistar o status. Na maioria delas, o status só é obtido voando em vôo da própria cia e não em vôos de parceiros ou impõe um número mínimo de milhas/pontos voados na dona do programa...Isso reduz muito as opções. Outras cias dão o status elite no momento em que se conquista o número de pontos necessários e outras só no início do próximo ciclo.

Status elite eterno hoje são poucos. A Singapore tinha um que ela revogou e deu até briga na justiça. Acho que a Lufhtansa tem um, mas são necessários um número tão grande de milhas que só para quem viaja de executiva/primeira ou jato particular da Lufhtansa toda semana....

Não acredito que valha a pena sacrificar esses pontos para mudar de nível no Fidelidade. O número de milhas ganhas a mais só é interessante para quem voa muito. O Azul não dá muitas vantagens. O Vermelho dá um pouco mais, mas é msnos do que os Gold Smiles dava (um status reconhecido em todas as cias da Star Alliance).

Algo deve mudar no Fidelidade quando a TAM entrar na Star Alliance (acesso a sala vip internacional para todos os vermelhos mesmo voando econômica?)

Eu usaria esses 12 mil nesse vôos promocionais que a TAM tem colocado onde era possível emitir um trecho usando 3,5 ou 7 mil pontos. Vi muito trecho BH para o Rio, São Paulo e Salvador por 3 mil pontos (fora dos horários de pico). Tem um tempo que não dou uma pesquisada no site da TAM.

Um abraço

Unknown disse...

Olá.
Gostaria de uma ajuda.
Ao mês de Julho realizei uma viagem com 4 paradas ida e volta.
Do Brasil para portugal, apos tres dias para Paris, E NA VOLTA, de Paris a Portugal e Portugal para o Brasil.Observei que minhas milhas seriam até que altas, mas quando fui ver isso no proprio aeroporto mandaram eu realizar isso na internet, só que até agora não sei como.Alguem poderia me ajudar?

meu email: brutenis5@hotmail.com
Obrigada.

Bruna

Julio Mercier disse...

TENHO UMA DÚVIDA
Tenho cartão de crédito ITAUCARD Fidelidade TAM que acumula 1,33pts./US$1,00. Às vezes eu pago a fatura deste cartão em outro que me cobra 1,5% do valor total da fatura anterior e oferece 1,1pts./US$1,00. Ou seja, a cada R$1.000,00, ganho 2,23pts/dólar a um custo adicional de R$15 pelos 1,1pts extras. Será que isso compensa?

Julio Mercier disse...

CORRIGINDO...
O total de pontos não é 2,23, e sim 2,43.

Isac Nunes disse...

Caro Julio:

O cartão com o qual V. paga a fatura do outro cartão lhe dá pontos por esse tipo de pagamento?

Pergunto-lhe isso, pois, nalguns deles, no caso do UNICARD, por exemplo, os pontos acumulados correspondem somente a compras efetuadas durante o período, não há premiação em casos como o que V. aponta.

Verifique, então, isso com a administradora do seu cartão. Quem sabe V. chega rapidamente a uma conclusão em relação a esse dilema.

Saudações,
puigllum

Julio Mercier disse...

Sim, quando eu pago contas no cartao, a cada dólar é gerado 1,1pts. Simplificando: ITAU=1,33(compras)+1,1(pagto da fatura anterior em outro cartao). Totaliza 2,43/dólar. Porém para pagto. de contas no cartão, existe o custo de 1,5% sobre o valor da conta, e consequentemente para o acúmulo adicional de 1,1pts.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Acumular ou Não Acumular Milhas: Eis a Questão!

Os programas de milhagem ou fidelidade aérea foram criados a fim de gerar recompensas aos viajantes frequentes, sendo esses primariamente composto pelos viajantes a negócio. Por que o foco foi os viajantes a negócios? Porque normalmente os executivos acabam por realizar um número muito grande de viagens durante o ano, além de adquirirem passagens pagando tarifas mais altas, já que precisam de flexibilidade de datas e horários e a possibilidade de reembolso. Como normalmente quem paga a passagem desses executivos são as empresas para as quais eles trabalham, os programas de fidelidade vêem os executivos, aqueles que acumulam as milhas (não as empresas) e as usam geralmente para seu lazer, como uma fonte de influência junto aos seus principais e mais lucrativos consumidores, as empresas. Você sabia que as passagens vendidas para a Primeira Classe e para a Classe Executiva são as principais fontes de lucro de um vôo internacional?



Já a média dos viajantes, principalmente aqueles viajam a lazer, nunca foram o alvo principal desses programas. Com o passar do tempo, as cias aéreas notaram que seus programas de fidelidade poderiam ser um chamariz também para esses viajantes, que almejavam os benefícios dados aos seus associados. O uso dos programas de milhagem como ferramenta de propaganda é sempre enfatizado nos períodos de recessão vividos pelas cias aéreas e relegado a um plano menos importante nos períodos mais lucrativos. Algumas cias têm transformado seus programas de milhagem em empresas lucrativas devido à venda de milhas a seus parceiros não aéreos (bancos, hotéis, administradoras de cartões de crédito etc) que, dessa forma, podem premiar seus consumidores com algumas milhas que aos olhos dos mesmos podem ser encaradas como os primeiros passos em direção a uma viagem de sonho.




Nos EUA, principalmente, o hábito de acumular milhas atingiu em cheio o coração e o bolso de vários americanos, sendo que alguns se tornaram participantes do que lá é chamado de Mileage Run. São pessoas que estão sempre procurando acumular milhas pelo menor custo possível, nem que seja necessário fazer 10 vôos de curta duração em um único dia. Eles acreditam que qualquer milha acumulada por um custo inferior a 0,03 USD vale a pena. Estão à procura de promoções em parceiros aéreos e não aéreos e em rotas que permitam acúmulo de milhas bônus.






Os viajantes que realizam vários vôos durante o ano ou aqueles que realizam poucos vôos de longa duração, sendo os mesmos custeados por outro que não ele, são os maiores beneficiados dos programas de fidelidade.





Do lado oposto, ficam os viajantes que realizam poucas viagens ao ano e principalmente de curta duração. Esses são pouco ou nada beneficiados por esses programas de fidelidade. Caso paguem por esses vôos, acabam por pagar mais por passagens ou serviços que permitam acúmulo de milhas que nunca chegam ao mínimo necessário para emitir uma passagem prêmio e acabam perdendo sua validade.




No meio, fica o grupo de viajantes que realizam um grande número de vôos ou um número reduzido de vôos de longa duração custeados com recursos próprios. Nesse grupo, a decisão de associar-se a um programa de milhagem e optar por acumular milhas em vôos, cartões de crédito e outros parceiros é uma decisão muito mais difícil do que parece.







Por quê? Porque em um extremo, quando alguém se associa a um programa de milhagem com a intenção primária, e às vezes cega, de otimizar ao máximo o acúmulo de milhas e convertê-las em viagens prêmio, além de progredir para um nível mais alto em seu programa de milhagem, ele indiretamente toma também as seguintes decisões:




  1. 1 De dar preferência a vôos das cias parceiras de seu programa de fidelidade e de optar por tarifas que permitem acúmulo de milhas em sua conta. Essa decisão o afasta, muitas vezes, de conhecer o serviço de outras cias não parceiras ao programa ao qual se associou, que podem, inclusive, prestar um serviço melhor ou ter tarifas para determinadas rotas inferiores às das cias que compõe seu programa de fidelidade. O impede ainda de comprar tarifas superpromocionais, que não permitem o acúmulo de milhas. Resultado: limita suas opções e pode-se pagar mais caro por isso.


  2. 2 De associar-se a um cartão de crédito que permita o acúmulo de milhas em seu programa de fidelidade, o que geralmente é associado a uma anuidade mais elevada nesses cartões. Algumas vezes acaba-se por optar por pagar as despesas ou compras com cartão de crédito mesmo nos momentos em que há um desconto para o pagamento com dinheiro, cartão de débito ou cheque.


  3. 3 Quase te obriga a manter uma certa frequencia de vôos anuais nas cias parceiras, a fim de manter suas milhas acumuladas ou atingir o número de milhas necessárias para a emissão de uma passagem prêmio ou mesmo para alcançar ou manter um status elite dentro do programa.


  4. 4 Obriga ainda, o associado a ser mais organizado, a fim de planejar seu acúmulo de milhas e o gasto das mesmas, de forma que não venha a perdê-las por ter expirado o tempo para usá-las ou mesmo emitir uma passagem prêmio usando uma quantidade de milhas que poderiam ser usadas na emissão de uma outra passagem para um destino com uma relação custo/benefício melhor.

Custo sim! Apesar de parecer inicialmente que ganhamos as milhas como um brinde, na verdade pagamos por ela um certo valor. Esse valor poderia ser calculado pela diferença entre uma passagem que permite acúmulo de milhagem e outra que não permite esse acúmulo, sendo que as duas teriam regras semelhantes. Outra forma de determinar o custo das mesmas, um pouco mais complexa, é calculando-se quantas passagens gerando milhas seriam necessárias para acumular milhas suficientes para emitir uma passagem prêmio igual, usando a tabela do seu programa de fidelidade.





Número de passagens = Milhas necessárias para emitir passagem igual / Milhas ganhas em cada passagem





Divide-se o preço cobrado pela tarifa pelo número de passagens necessárias para a emissão da passagem prêmio calculado conforme descrito acima. O resultado será o valor que você “estaria pagando a mais” em cada passagem para ter direito a emitir uma passagem prêmio, normalmente cheia de restrições, no futuro.






Valor “pago a mais” = Valor cobrado pela tarifa / número de passagens necessárias





Caso você consiga uma outra passagem com uma tarifa de valor substancialmente inferior ao valor resultante da subtração desse valor “a mais” do preço cobrado pela tarifa que permite acumular milhas no seu programa, a opção pelo acúmulo de milhas deixa de ser interessante financeiramente. Mas se seu foco é o status elite, lembre-se o quanto você está pagando por ele.




Veja a tabela abaixo: Para ampliar a tabela, click aqui !


Algumas conclusões podem ser tiradas dos dados contidos na mesma:

  • A) Quanto mais distante a passagem te leva e por conseguinte mais milhas se acumula em seu programa de fidelidade, mais baixo é o preço que se “paga a mais” pelas milhas e portanto mais vantajoso é seu acúmulo. Viagens curtas perdem muito desse atrativo quando comparadas com as de longa distância, mesmo quando se é beneficiado pelas promoções que permitem acumular no mínimo 1000 milhas/pontos por trecho voado. Mas lembre-se, que uma viagem de média distância pode ser formada de vários trechos que acumulam no mínimo 1000 pontos/milhas podendo dessa forma inverter sua desvantagem, apesar de piorar em muito o conforto do viajante. Por exemplo, posso ir de São Paulo a Fortaleza direto ou passar por Belo Horizonte, Salvador e Recife. Serão 2000 milhas contra 6000 milhas acumuladas em passagens de ida e volta. Não recomendo, a não ser que tenha ficado empolgado com a história do Mileage Run.


  • B) Quanto mais elevado seu status em um programa de fidelidade, mais benefícios ele lhe traz. Ele potencializa seu acúmulo de milhas através das milhas bônus, dadas principalmente em vôos próprios das proprietárias dos programas de fidelidade e algumas parceiras.


  • C) O cartão de crédito, que permite acúmulos de milhas, principalmente se você não paga anuidade, tem um volume alto e constante de gastos nele e que tenha um programa de acúmulo de milhas com bons múltiplos por dólar gasto ou milhas bônus ou ainda bons prazos de validade das milhas acumuladas, pode ser um importante aliado para alcançar sua passagem prêmio. Mas geralmente não auxilia na progressão de nível dentro do programa, pois suas milhas não são computadas para esse efeito. Caso você não tenha controle de seus gastos ou opte por financiar suas compras usando as taxas do cartão de crédito, esqueça o que eu falei, pois ele pode acabar por inviabilizar a sua próxima viagem!



No outro extremo, está aquele viajante que tem um leve interesse em acumular milhas, mas é relapso quanto aos custos e prazos associados com as mesmas. Mas de que valem essas milhas, se não são administradas de uma forma mais consciente? Não são raros aqueles vivem a perder milhas acumuladas, seja por descuido, desconhecimento das regras do programa ao qual é associado ou mesmo desinteresse momentâneo. Essas pessoas seriam muito mais beneficiadas se optassem sempre por passagens mais baratas, dentro das suas necessidades, por cartões de crédito com anuidades inferiores ou com programa de prêmios em que os pontos acumulados nunca expirassem.




Portanto, o tema milhas e seu custo/benefício é complexo, e posso estar enganado, mas acredito que as cias tem interesse nisso, já que a desinformação pode levar ao viajante a pagar por milhas ou escolher uma tarifa que permita o acúmulo de milhas, que ele nunca vai ter a oportunidade ou interesse de usar, motivados por uma vontade passageiro ou iludido pela idéia emitir uma passagem de graça no futuro.



Concluo com uma frase que já utilizei antes: Milhas Aéreas, não se deixe embriagar, aprecie com moderação.

11 comentários:

Anônimo disse...

Rodrigo, eu me enquadro na categoria 3 (a que me obriga a manter uma certa frequência de vôos anuais a fim de atingir o número de milhas necessárias para a emissão de uma passagem prêmio).

Cláudio Neb disse...

Amigão, PARABÉNS pela matéria. Mais uma com muito conteúdo e super bem escrita.

Só me confirma uma coisa: Em condições normais, saindo de SP em vôo direto eu chegaria em Manaus com 1.000 milhas. E se houver escala no RJ? Eu chegaria em Manaus com 2.000 milhas?

Abração.

Cláudio

Rodrigo Purisch disse...

Cláudio,

Na TAM dentro da Am. do Sul vale 1000 pontos por check in.~Se fez só um mesmo tendo feito vários vôos, vale apenas 1000. Exemplo. Fortaleza/São Paulo/Rio/Buenos Aires só 1000 pontos na ida e 1000 na volta.

Nas demais vale a distância efetivamente voada. Quanto mais vôos, mais milhas. Dando origem a mileage run nos EUA.

Um abraço e obrigado pela visita e elogios

Isac Nunes disse...

Prezado Rodrigo:

Já havia lido os seus comentários a respeito de acúmulo de milhas, os quais são sempre muito proveitosos.

Agora tenho uma dúvida (cruel) e busquei novamente a sua página, para ver se conseguia encontrar algum meio de resolver esse dilema: eis que, numa viagem recente à Europa, acumulei 12.000 milhas pela TAM. Eu, que tenho o cartão de fidelidade branco, pensei na hipótese de sacrificar essas milhas, trocando-as por um upgrade à categoria azul.

Você acha que isso seria vantajoso para mim, que viajo ao estrangeiro pelo menos uma vez ao ano, com a família, nem sempre em vôos intercontinentais?

Procurei informações na página da companhia, e vi um dado um pouco estranho, que é a manutenção categoria. Pensei, inicialmente, que, uma vez ‘conquistada’ uma categoria, essa condição seria para sempre, mas, pelo que eu li ali, não é bem assim, se não houver novos vôos intercontinentais, num período de um ano, o participante pode retornar à categoria branca.

Obrigado pela orientação.

Saudações

Isac Nunes

Isac Nunes disse...

Prezado Rodrigo:

Já havia lido os seus comentários a respeito de acúmulo de milhas, os quais são sempre muito proveitosos.

Agora tenho uma dúvida (cruel) e busquei novamente a sua página, para ver se conseguia encontrar algum meio de resolver esse dilema: eis que, numa viagem recente à Europa, acumulei 12.000 milhas pela TAM. Eu, que tenho o cartão de fidelidade branco, pensei na hipótese de sacrificar essas milhas, trocando-as por um upgrade à categoria azul.

Você acha que isso seria vantajoso para mim, que viajo ao estrangeiro pelo menos uma vez ao ano, com a família, nem sempre em vôos intercontinentais?

Procurei informações na página da companhia, e vi um dado um pouco estranho, que é a manutenção categoria. Pensei, inicialmente, que, uma vez ‘conquistada’ uma categoria, essa condição seria para sempre, mas, pelo que eu li ali, não é bem assim, se não houver novos vôos intercontinentais, num período de um ano, o participante pode retornar à categoria branca.

Obrigado pela orientação.

Saudações

Isac Nunes

Rodrigo Purisch disse...

Isac,

Na maioria das cias aéreas o status elite é revalidado ano a ano. Você tem que voar um determinado número de milhas/pontos para se manter naquele status. Esse número varia de uma cia para outra e algumas cias, o número de de pontos/milhas para manutenção pode ser menor que o necessário para conquistar o status. Na maioria delas, o status só é obtido voando em vôo da própria cia e não em vôos de parceiros ou impõe um número mínimo de milhas/pontos voados na dona do programa...Isso reduz muito as opções. Outras cias dão o status elite no momento em que se conquista o número de pontos necessários e outras só no início do próximo ciclo.

Status elite eterno hoje são poucos. A Singapore tinha um que ela revogou e deu até briga na justiça. Acho que a Lufhtansa tem um, mas são necessários um número tão grande de milhas que só para quem viaja de executiva/primeira ou jato particular da Lufhtansa toda semana....

Não acredito que valha a pena sacrificar esses pontos para mudar de nível no Fidelidade. O número de milhas ganhas a mais só é interessante para quem voa muito. O Azul não dá muitas vantagens. O Vermelho dá um pouco mais, mas é msnos do que os Gold Smiles dava (um status reconhecido em todas as cias da Star Alliance).

Algo deve mudar no Fidelidade quando a TAM entrar na Star Alliance (acesso a sala vip internacional para todos os vermelhos mesmo voando econômica?)

Eu usaria esses 12 mil nesse vôos promocionais que a TAM tem colocado onde era possível emitir um trecho usando 3,5 ou 7 mil pontos. Vi muito trecho BH para o Rio, São Paulo e Salvador por 3 mil pontos (fora dos horários de pico). Tem um tempo que não dou uma pesquisada no site da TAM.

Um abraço

Unknown disse...

Olá.
Gostaria de uma ajuda.
Ao mês de Julho realizei uma viagem com 4 paradas ida e volta.
Do Brasil para portugal, apos tres dias para Paris, E NA VOLTA, de Paris a Portugal e Portugal para o Brasil.Observei que minhas milhas seriam até que altas, mas quando fui ver isso no proprio aeroporto mandaram eu realizar isso na internet, só que até agora não sei como.Alguem poderia me ajudar?

meu email: brutenis5@hotmail.com
Obrigada.

Bruna

Julio Mercier disse...

TENHO UMA DÚVIDA
Tenho cartão de crédito ITAUCARD Fidelidade TAM que acumula 1,33pts./US$1,00. Às vezes eu pago a fatura deste cartão em outro que me cobra 1,5% do valor total da fatura anterior e oferece 1,1pts./US$1,00. Ou seja, a cada R$1.000,00, ganho 2,23pts/dólar a um custo adicional de R$15 pelos 1,1pts extras. Será que isso compensa?

Julio Mercier disse...

CORRIGINDO...
O total de pontos não é 2,23, e sim 2,43.

Isac Nunes disse...

Caro Julio:

O cartão com o qual V. paga a fatura do outro cartão lhe dá pontos por esse tipo de pagamento?

Pergunto-lhe isso, pois, nalguns deles, no caso do UNICARD, por exemplo, os pontos acumulados correspondem somente a compras efetuadas durante o período, não há premiação em casos como o que V. aponta.

Verifique, então, isso com a administradora do seu cartão. Quem sabe V. chega rapidamente a uma conclusão em relação a esse dilema.

Saudações,
puigllum

Julio Mercier disse...

Sim, quando eu pago contas no cartao, a cada dólar é gerado 1,1pts. Simplificando: ITAU=1,33(compras)+1,1(pagto da fatura anterior em outro cartao). Totaliza 2,43/dólar. Porém para pagto. de contas no cartão, existe o custo de 1,5% sobre o valor da conta, e consequentemente para o acúmulo adicional de 1,1pts.