quinta-feira, julho 26, 2007

Uma Relação Sob Risco de Acabar, Quem Bom!

Quem costuma visitar o blog já me leu minhas críticas sobre a relação entre as cias aéreas e o governo no Brasil.

No Brasil, os slots e rotas são distribuídos segundo critérios pouco claros. As chances de uma cia aérea ter sucesso no seu pleito aumentam muito se ela tiver boas relações com integrantes do governo. Nos últimos anos a política do tipo “esquece meus erros que esqueço os seus” imperou na relação entre cias aéreas e governo.
De um lado, as cias apesar de ver seus investimentos sob risco de um apagão da infra-estrutura aeroviária, optaram por trocar memorandos reservados com o governo ao invés de vir a público reclamar. Do outro lado, o antigo DAC, a ANAC, Infrazero e governo sempre tiveram as cias como aliadas e provedoras de transporte a seus ocupantes tanto em momentos de eleição como fora deles. Não podemos esquecer que a ANAC que deveria proteger o consumidor, atua como protetora dos direitos das cias aéreas e dos seus lucros regulando a concorrência e as tarifas dentro do mercado interno.

Tudo corria bem até o início do caos. Nenhuma das partes optou por culpar a outra publicamente. Mas o caos agravou-se e o governo publicamente incitou os consumidores a cobrar das cias aéreas seus direitos em juízo. As cias que não são responsáveis pelos controladores, pelos radares ou pela infra-estrutura dos aeroportos foram obrigadas pelo código aéreo em vigor a dar apoio aos passageiros. Ministros defendiam que as cias aéreas deviam ser investigadas. A ANAC por diversas vezes investigou as cias aéreas, mas os resultado das investigações sempre inocentavam as cias aéreas as multas não vinham.

Diante da piora do caos e da queda da lucratividade das cias aéreas, o sindicato das mesmas optou por recorrer a justiça para receber indenizações.

Veio acidente da TAM. O governo largamente foi culpado pela mídia pela sua omissão e falta de preparo. O presidente da TAM chegou a dar uma entrevista, na qual claramente optou por não fazer críticas ao governo ou suas agências.

Mas a comemoração do assessor da presidência Marco Aurélio demonstrou claramente que se houver a possibilidade de que a culpa possa ser transferida para a TAM, ela a será e com muito gosto.

Hoje, a Gol solta
uma nota onde deixa claro que a situação está além das suas responsabilidades e tem gerado transtornos inaceitáveis.

Se essa
entrevista do Prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, puder ser levada a sério, a relação azedou de vez.

Será o fim da política de cavalheiros? Tomara, porque essa política onde o privado e público se misturam está no centro do caos em que vivemos. Nada teria chegado tão longe se os pleitos de expansão e concentração em São Paulo feito pelas cias não tivesse um eco tão grande no governo e a incompetência gerencial do governo poderia ter se tornada pública mais cedo para o bem dos consumidores.

Por mais imparciais que tentamos ser, mão podemos esquecer que esse blog é primariamente feito para os consumidores de passagens aéreas e tentamos ver a situação sempre tendo seu ponto de vista como destaque. Nós nunca deixamos de pagar as taxas que nos foram cobradas e não tivemos acesso a informação que o governo e as cias aéreas tiveram antes do caos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Mas, que alem da incompetencia gerencial do governo, houve negligencia da TAM, houve!

Se os proprios pilotos da TAM afirmaram que a pista estava escorregadia, eles jamais deveriam ter pousado um aviao sem reverso ´lá, num dia de chuva

Ernesto

Rodrigo Purisch disse...

Ernesto,

Mais do que nós as cias tem informações diárias das condições envolvidas em suas operações (gargalos, infra-estrutura, riscos, manutenção,etc).

Por isso eu sempre advogo que as cias são co-responsáveis pelo caos, nem que seja por omissão ao consumidor.

Unknown disse...

Rodrigo:
Você já recebeu um e-mail que está circulando por aí com fotos de acidentes recentes da TAM? Se você não recebeu, eu te mando. Se você recebeu, por favor, comente.

quinta-feira, julho 26, 2007

Uma Relação Sob Risco de Acabar, Quem Bom!

Quem costuma visitar o blog já me leu minhas críticas sobre a relação entre as cias aéreas e o governo no Brasil.

No Brasil, os slots e rotas são distribuídos segundo critérios pouco claros. As chances de uma cia aérea ter sucesso no seu pleito aumentam muito se ela tiver boas relações com integrantes do governo. Nos últimos anos a política do tipo “esquece meus erros que esqueço os seus” imperou na relação entre cias aéreas e governo.
De um lado, as cias apesar de ver seus investimentos sob risco de um apagão da infra-estrutura aeroviária, optaram por trocar memorandos reservados com o governo ao invés de vir a público reclamar. Do outro lado, o antigo DAC, a ANAC, Infrazero e governo sempre tiveram as cias como aliadas e provedoras de transporte a seus ocupantes tanto em momentos de eleição como fora deles. Não podemos esquecer que a ANAC que deveria proteger o consumidor, atua como protetora dos direitos das cias aéreas e dos seus lucros regulando a concorrência e as tarifas dentro do mercado interno.

Tudo corria bem até o início do caos. Nenhuma das partes optou por culpar a outra publicamente. Mas o caos agravou-se e o governo publicamente incitou os consumidores a cobrar das cias aéreas seus direitos em juízo. As cias que não são responsáveis pelos controladores, pelos radares ou pela infra-estrutura dos aeroportos foram obrigadas pelo código aéreo em vigor a dar apoio aos passageiros. Ministros defendiam que as cias aéreas deviam ser investigadas. A ANAC por diversas vezes investigou as cias aéreas, mas os resultado das investigações sempre inocentavam as cias aéreas as multas não vinham.

Diante da piora do caos e da queda da lucratividade das cias aéreas, o sindicato das mesmas optou por recorrer a justiça para receber indenizações.

Veio acidente da TAM. O governo largamente foi culpado pela mídia pela sua omissão e falta de preparo. O presidente da TAM chegou a dar uma entrevista, na qual claramente optou por não fazer críticas ao governo ou suas agências.

Mas a comemoração do assessor da presidência Marco Aurélio demonstrou claramente que se houver a possibilidade de que a culpa possa ser transferida para a TAM, ela a será e com muito gosto.

Hoje, a Gol solta
uma nota onde deixa claro que a situação está além das suas responsabilidades e tem gerado transtornos inaceitáveis.

Se essa
entrevista do Prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, puder ser levada a sério, a relação azedou de vez.

Será o fim da política de cavalheiros? Tomara, porque essa política onde o privado e público se misturam está no centro do caos em que vivemos. Nada teria chegado tão longe se os pleitos de expansão e concentração em São Paulo feito pelas cias não tivesse um eco tão grande no governo e a incompetência gerencial do governo poderia ter se tornada pública mais cedo para o bem dos consumidores.

Por mais imparciais que tentamos ser, mão podemos esquecer que esse blog é primariamente feito para os consumidores de passagens aéreas e tentamos ver a situação sempre tendo seu ponto de vista como destaque. Nós nunca deixamos de pagar as taxas que nos foram cobradas e não tivemos acesso a informação que o governo e as cias aéreas tiveram antes do caos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Mas, que alem da incompetencia gerencial do governo, houve negligencia da TAM, houve!

Se os proprios pilotos da TAM afirmaram que a pista estava escorregadia, eles jamais deveriam ter pousado um aviao sem reverso ´lá, num dia de chuva

Ernesto

Rodrigo Purisch disse...

Ernesto,

Mais do que nós as cias tem informações diárias das condições envolvidas em suas operações (gargalos, infra-estrutura, riscos, manutenção,etc).

Por isso eu sempre advogo que as cias são co-responsáveis pelo caos, nem que seja por omissão ao consumidor.

Unknown disse...

Rodrigo:
Você já recebeu um e-mail que está circulando por aí com fotos de acidentes recentes da TAM? Se você não recebeu, eu te mando. Se você recebeu, por favor, comente.

quinta-feira, julho 26, 2007

Uma Relação Sob Risco de Acabar, Quem Bom!

Quem costuma visitar o blog já me leu minhas críticas sobre a relação entre as cias aéreas e o governo no Brasil.

No Brasil, os slots e rotas são distribuídos segundo critérios pouco claros. As chances de uma cia aérea ter sucesso no seu pleito aumentam muito se ela tiver boas relações com integrantes do governo. Nos últimos anos a política do tipo “esquece meus erros que esqueço os seus” imperou na relação entre cias aéreas e governo.
De um lado, as cias apesar de ver seus investimentos sob risco de um apagão da infra-estrutura aeroviária, optaram por trocar memorandos reservados com o governo ao invés de vir a público reclamar. Do outro lado, o antigo DAC, a ANAC, Infrazero e governo sempre tiveram as cias como aliadas e provedoras de transporte a seus ocupantes tanto em momentos de eleição como fora deles. Não podemos esquecer que a ANAC que deveria proteger o consumidor, atua como protetora dos direitos das cias aéreas e dos seus lucros regulando a concorrência e as tarifas dentro do mercado interno.

Tudo corria bem até o início do caos. Nenhuma das partes optou por culpar a outra publicamente. Mas o caos agravou-se e o governo publicamente incitou os consumidores a cobrar das cias aéreas seus direitos em juízo. As cias que não são responsáveis pelos controladores, pelos radares ou pela infra-estrutura dos aeroportos foram obrigadas pelo código aéreo em vigor a dar apoio aos passageiros. Ministros defendiam que as cias aéreas deviam ser investigadas. A ANAC por diversas vezes investigou as cias aéreas, mas os resultado das investigações sempre inocentavam as cias aéreas as multas não vinham.

Diante da piora do caos e da queda da lucratividade das cias aéreas, o sindicato das mesmas optou por recorrer a justiça para receber indenizações.

Veio acidente da TAM. O governo largamente foi culpado pela mídia pela sua omissão e falta de preparo. O presidente da TAM chegou a dar uma entrevista, na qual claramente optou por não fazer críticas ao governo ou suas agências.

Mas a comemoração do assessor da presidência Marco Aurélio demonstrou claramente que se houver a possibilidade de que a culpa possa ser transferida para a TAM, ela a será e com muito gosto.

Hoje, a Gol solta
uma nota onde deixa claro que a situação está além das suas responsabilidades e tem gerado transtornos inaceitáveis.

Se essa
entrevista do Prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, puder ser levada a sério, a relação azedou de vez.

Será o fim da política de cavalheiros? Tomara, porque essa política onde o privado e público se misturam está no centro do caos em que vivemos. Nada teria chegado tão longe se os pleitos de expansão e concentração em São Paulo feito pelas cias não tivesse um eco tão grande no governo e a incompetência gerencial do governo poderia ter se tornada pública mais cedo para o bem dos consumidores.

Por mais imparciais que tentamos ser, mão podemos esquecer que esse blog é primariamente feito para os consumidores de passagens aéreas e tentamos ver a situação sempre tendo seu ponto de vista como destaque. Nós nunca deixamos de pagar as taxas que nos foram cobradas e não tivemos acesso a informação que o governo e as cias aéreas tiveram antes do caos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Mas, que alem da incompetencia gerencial do governo, houve negligencia da TAM, houve!

Se os proprios pilotos da TAM afirmaram que a pista estava escorregadia, eles jamais deveriam ter pousado um aviao sem reverso ´lá, num dia de chuva

Ernesto

Rodrigo Purisch disse...

Ernesto,

Mais do que nós as cias tem informações diárias das condições envolvidas em suas operações (gargalos, infra-estrutura, riscos, manutenção,etc).

Por isso eu sempre advogo que as cias são co-responsáveis pelo caos, nem que seja por omissão ao consumidor.

Unknown disse...

Rodrigo:
Você já recebeu um e-mail que está circulando por aí com fotos de acidentes recentes da TAM? Se você não recebeu, eu te mando. Se você recebeu, por favor, comente.