O que me preocupa são os marinheiros de primeira viagem. Depois de muitos anos sonhando, acabam por organizar uma viagem a Europa incluindo a Espanha como ponto de partida ou usando um vôo via Madri ou Barcelona. Com um dólar favorável, a Europa, que ainda é cara já que o Euro não sofreu uma queda tão intensa assim, está mais perto nem que seja pelas promoções de passagens aéreas.
Ter um sonho transformado em um pesadelo por problemas na imigração marca qualquer um. Gera até ressentimentos em relação a um povo que em nada se parece com alguns de seus governantes ou autoridades com poder de decisão.
Então o que fazer?
Lembre-se a Europa tem várias portas e depois de entrar por uma delas os problemas com imigração se reduzem enormemente. Isso no caso de você for para realizar turismo de verdade. Se a Espanha é um problema, então tente outras portas (Londres também não costuma ser fácil também). Se você não tem experiência em viagens internacionais (passaporte em branco), pouca fluência em espanhol ou inglês ou ainda se encaixe no perfil espanhol de imigrante ilegal (mulher, jovem e viajando sozinha), evite voar por vôos saindo do Brasil em direção a Espanha. Quem sabe se a Iberia sentir no bolso, algo não muda...
Quando for viajar, não esqueça de levar comprovantes de reservas de hotéis, inscrições em congressos, ter um roteiro de viagem, cartão de crédito, um pouco de dinheiro em espécie e um seguro de saúde dentro dos padrões requeridos pela União Européia. Conhecer um pouco do destino onde se viaja e uma boa apresentação também é interessante. A Folha de São paulo publicou uma lista das exigências.
Mesmo tomando esses cuidados, você pode ainda ter que passar por um interrogatório. Eu mesmo já tive de passar por um no aeroporto de Washington (o mais chato dos EUA) por não saber exatamente o endereço onde iria me hospedar, já que tinha parentes a minha espera (naquela época não era obrigatório a informar com antecedência do local de hospedagem). O passaporte cheio de carimbos e vários vistos americanos no passado não me ajudaram em nada.
O negócio é não se estressar ou deixar que coisas como essas estraguem sua viagem. Mesmo assim toda vez que passo por uma imigração vem a minha mente o famoso filme o Terminal com Tom Hanks....
6 comentários:
Pior que o negócio está ficando tão feio, que estou começando a gostar da idéia da reciprocidade (algo do qual sempre fui contrário).
Exatamente porque me imagino na mesma situação... chegar na Espanha (meu país de sonho) e ter que voltar deve ser traumático. E se isto é ruim para um turista, imagine para alguém que foi convidado para palestras e coisas do gênero...
O negócio é realmente não ir por vôos que passem pela espanha. Afinal, para turista tem tanto lugar na Europa para conhecer que não vale a pena se estressar por um único país.
Rodrigo,
Li seu post e o texto da folha, mas fiquei com dúvidas:
1. Uma troca de e-mails com o hotel confirmando a reserva é suficiente ?
2. Se vou ser hospedado por amigos, basta ter o endereço da residência ?
3. Os 57,06 euros por dia que a folha cita são em dinheiro ?
4. Qual a influência de varios cartões de crédito internacionais ?
5. Vou com minha esposa, ambos na casa dos 50 anos. Estamos fora do perfil "perseguido" ?
obrigado,
Cesar
Prezado Rodrigo:
Vemos que os nossos compatriotas mudaram de rota: ao invés de enfrentar a burocracia mexicana, pagar pela concessão de visto, descer na cidade do México, achar um 'coiote', ir até a fronteira norte, saltar o muro, correr pelo deserto, passar sede e fome, preferem chegar descentemente no aeroporto de Barajas, sem saber que os espera o terror causado pelas autoridades migratórias espanholas.
Os jornais têm divulgado amplamente o drama dos brasileiros barrados na Espanha e vemos, como V. diz, que há excessos dos dois lados. Muitos turistas viajam sem a mais mínima idéia de que possa haver exigências para entrada e permanência na Europa (no dito Espaço de Schengen). Segundo os agentes alfandegários espanhóis, o que não se pode comprovar, pois acaba por ser exigência tácita, mas não formalizada em lei, é preciso apresentar reserva (paga) em hotel durante todo o tempo de estadia, o que é completamente absurdo, pois, se alguém quiser ficar alguns dias na Espanha, depois ir a Amsterdam, depois muda de idéia e vai a Roma, onde poderia conhecer alguém interessante que vai à Estambul e depois retornar a Bruxelas – como poderia ter tudo isso pré-estabelecido antes de viajar, com os dias em que estaria em cada cidade, de antemão, pagos???, seria um terror organizar uma viagem assim, não faz parte do perfil do viajante médio brasileiro. Até aqueles que têm um elevado poder aquisitivo, viajam na base do ‘alugamos um carro em Madri e vamos até Praga, onde o devolveremos e iremos de trem até Berlim’. Muitíssima gente faz viagens maravilhosas, confiando no acaso, há relações interessantíssimas que se estabelecem em albergues, por exemplo, com pessoas que vão a um determinado lugar, onde há um festival de algo que poderia interessá-lo, que o levaria a mudar de idéia sobre um trajeto pré-estabelecido. Seria péssimo se o turista não tivesse a chance de viver esse gênero de aventura, tão salutar.
Agora começamos a falar em reciprocidade, no sentido de recusar a entrada de espanhóis em território brasileiro. Duvido de que as nossas autoridades possam suportar a pressão exercida pelo capital espanhol, tão importante para a nossa economia. Há uma diferença de perfil enorme entre os dois tipos de viajantes: os espanhóis vêm, normalmente, com muitíssimo dinheiro, eles estão envolvidos em negócios muito lucrativos nos últimos tempos neste país. Recentemente, uma empresa daquele país ganhou a concessão de sete trechos das rodovias mais importantes no Brasil, sem contar a Telefônica, Repsol e muitíssimas outras empresas que injetaram milhões de euros na economia brasileira; os brasileiros, pelo menos aqueles dos quais a Folha de S. Paulo falou, viajavam com € 200 no bolso, o que é, no mínimo, uma calamidade.
Saudações
Isac Nunes
Falando em Espanha, estou pesquisando passagens para junho e julho pela Itasoftware e qual minha surpresa quando hoje entrei com as datas e não aparece mais a Varig na pesquisa, como aparecia antes. Você já viu isso? O que será que vai acontecer com a Varig?
Abraço e novamente parabéns 1000 vezes pelo seu trabalho no Blog.
Comprei passagens para a Itália via Madrid há 2 meses atrás, e agora estou me arrependendo. Viajo com minha esposa no próximo mês, e não temos reserva em hotel algum, pois estamos planejando visitar algumas pequenas cidades, mas não temos um roteiro fixo. O que temos são passagens de ida e volta, e o dinheiro mínimo em mãos exigido por eles. Além de, como relatado em um dos comentários, estarmos na faixa dos 50 anos. Mas mesmo assim, não tem como ficar totalmente tranquilo.
É lamentável esse tipo de atitude por parte da imigração espanhola. Daqui a pouco os turistas vão ter que ficar presos aos roteiros pré-estabelecidos das agências de viagens.
Alex,
São várias as estratégias a serem utilizadas. Penso que a última seja a reciprocidade pura e simples. Vamos analisar o que ocorreu fora do calor das discussões. vamos analisar se existem casos de má fé de ambas as partes e desinformação. O certo é que muitos pagam por poucos. Olha que isso é regra aqui no Brasil.
César,
Tem algumas respostas no post acima deste. Famílias não são o foco dessa fiscalização.
Isac, o pior é que existe lei. Nós é que nunca nos demos conta da existência dela. Eu não achei foi as nossas próprias leis relativas ao tema.
Sandra,
Não tem mesmo no Ita. No site tem.....No GDS Sabre tem.. Vamos acompanhar. Pode ser falha de entrada de dados no GDS do ITA... Mas na Varig da atualidade tudo é possível.
José,
Seguindo as normas, as chances de problemas se reduzem em muito.
Postar um comentário