sexta-feira, julho 25, 2008

Queda das Bandas em Vôos paras Europa e EUA: A Manifestação das Vozes Contrárias

Um artigo publicado no Jornal do Brasil intitulado “A ANAC poderá acabar com o turismo doméstico” expõe a opinião de algumas das vozes contrárias a uma possível queda das bandas nos vôos internacionais para fora da América do Sul. Respeito a opinião dessas vozes, mas não comungo da mesma idéia.

Em resumo, elas defendem que a queda das bandas poderia levar a um aumento das viagens internacionais em detrimento das viagens nacionais, perda de divisas e quebra das cias nacionais e da indústria de turismo no Brasil.

Tenho sempre a idéia de que nossos empresários ficam sempre esperando um apoio governamental para continuar fazendo que lhes é mais interessante sem ser incomodado pela concorrência. Como as cias aéreas que operam aviões velhos sem entretenimento de bordo e atrativos para o consumidor que se beneficiam das bandas tarifárias para poder concorrer em preço com cias mais modernas que oferecem serviços melhores. Adoro o Brasil como destino, mas não esqueço que a violência e preços são fatores que pesam muito na escolha do meu destino de férias.

Quando procuro hospedagem no Brasil, tenho dificuldade em encontrar acomodações de nível intermediário e bons preços. Temos hotéis maravilhosos que fixam seus preços baseados nos seus concorrentes da Europa e EUA e pousadas muito simpáticas com tratamento muito cordial e pessoal, mas que cobram quase como resorts. Na outra ponta, temos hotéis velhos com baixa manutenção, pousadas pouco equipadas, mas que cobram preços de hotéis 3 estrelas no exterior. No meio, muito pouca coisa. Os Formule 1 têm se apresentado como uma opção para uma parcela dos turistas , já que os Ibis vêm apresentando um aumento constante de suas tarifas que acabam disvirtuando a proposta inicial de boa relação entre serviço/preço.

Quando procuro tarifas aéreas fora da promoção já encontro passagens cujos preços já me levariam para o exterior. Somente nas promoções, os preços atingem níveis próximo da realidade.

Se um dia as bandas caírem e o mercado interno de turismo sofrer com isso, em grande parte a culpa é dele mesmo, já que poucas vezes a operação e formação de preços é focada no turista interno e sim no que o turista estrangeiro pode pagar.

Talvez será necessário um choque desses para que a média da industria nacional de turismo caia na realidade de que se querem o turista interno como gostam de alardear, vão ter que se aprimorar e cobrar um valor compatível com o que o brasileiro ganha e não mais com o que o turista europeu aceita pagar para ver nossos encantos naturais.

6 comentários:

Anônimo disse...

Rodrigo, também discordo total e frontalmente do texto (vem-me à cabeça agora frases como "papel aceita tudo" ou "é melhor ouvir isso que ser surdo").

Veja só: com medo das "gigantes norte-americanas", o texto defende as bandas tarifárias para proteger a Tam. Diz que, sendo mais barato ir para Miami do que para o Nordeste, o turismo doméstico vai quebrar. Eu, na qualidade de quem não desperdiça uma oportunidade de viajar desde que o destino tenha atrações e os custos sejam honestos (justa relação custo X benefício), vejo a coisa por uma ótica inteiramente oposta.

Acredito que, com o imprescindível fim das bandas, o brasileiro médio vai, enfim, poder viajar para o exterior. Existe uma demanda reprimida por turismo internacional que pode ser diminuída com preços mais baratos. O brasileiro vai poder, enfim, conhecer outras realidades e, ao adquirir novos parâmetros, vai perceber que o turismo doméstico oferece muito pouco considerando o que cobra. Em conseqüência, o brasileiro vai começar a ser mais exigente, o que, por sua vez, forçará os prestadores de serviços (companhias aéreas, hotéis, restaurantes etc.) a praticar melhores serviços por melhores preços. O que eu vejo com o (demoradíssimo) fim das bandas tarifárias é o início de um círculo virtuoso, que fará bem a todos. Se para isso o turismo doméstico vai ter que diminuir, paciência, são as regras do jogo. Há quem diga que "para ver Deus tem de morrer antes", ou seja, tudo exige sacrifício. Se o Brasil pretende levar o turismo a sério, a completa abertura do mercado é medida que se impõe sem mais nenhuma demora. Por isso, PARABÉNS para a Anac, pelo menos nesse ponto. Só falta a nós, consumidores, buscar formas de pressionar esses preços para baixo, para que o fim das bandas sejam para valer e tragam algum efeito prático.

Anônimo disse...

E o lobby???

Rodrigo, mudando de assunto: e essa tal greve anunciada pelos funcionários da INFRAERO. Fazer greve para trocar a diretoria? Eu não sei o que acontece lá, mas isso tá parecendo complô de estudantes mimados para tirarem professores que exigem mais em colégios e faculdades particulares. Esperar para ver quais serão as conseqüências. ; )

Fred Marvila disse...

Cara, há muito tempo eu ouço minha sogra dizer: "Como vc quer viajar para fora do Brasil se você não conhece seu próprio país?"

E eu sempre respondo: "Enquanto o turismo no Brasil continuar custando o mesmo ou até mais caro que o turismo internacional, eu vou continuar viajando pra fora." Ainda bem q essa é a mesma opinião da minha noiva :)

Sem contar toda a bagagem cultural e a tensão (q eu acho a parte mais legal) de estar num lugar novo sem saber se você vai se virar bem que você adquire mesmo quando vai pra Buenos Aires encontrar brasileiros (pq argentino é a última coisa q vc vai encontrar).

Fiz uma cotação de viagem de goiânia para São Paulo para uma amiga e o valor da passagem era mais da metade do valor da passagem pros EUA ou Europa...

Unknown disse...

O Rodrigo resumiu bem a situação dos brasileiros, que com planejamento, optam por viajar ao exterior, onde funciona a lei da oferta e da procura. Um país com a dimensão do Brasil, largado nas mãos das companhias aéreas como TAM, VARIG, GOL, é brincadeira. Elas esfolam o que podem do consumidor. Bem lembrado a situação da rede hoteleira. Cobra-se uma fortuna por um quarto de hotel, num hotel de categoria 3 estrelas. E em muitos, o atendimento é insatisfatório.
O que se precisa fazer no turismo do Brasil hoje é deixar de explorar o turista - brasileiro e estrangeiro - tanto com relação as tarifas elevadas, e também que a população veja o turista como uma fonte de divisas.

Aline Lima disse...

Aqui no Japão, acontece quase o mesmo (mas não temos bandas e nem precariedade no turismo interno).

Em época de Golden Week, o feriadão sagrado em maio aqui, um pacote para Phuket sai no mesmo valor que Okinawa. A diferença? Em Phuket você mal paga 2 dólares por uma cerveja, enquanto aqui, você paga 6. Então, você vai preferir gastar mais e ficar "em casa" ou prefere gastar menos e ir para outro país, conhecer outra cultura?

Tenho um amigo planejando ir para o Brasil (SP, que ele não conhece e revisitar o Rio) no fim de agosto, mas está complicado. Sem falar português, sem uma estrutura turística decente em SP, violência comendo solta nas duas cidades... É muito provável que ele acabe indo a Buenos Aires.

Quem acha que a ANAC pode acabar com o turismo interno tem que lembrar que EUA, México e Canadá exigem vistos - e não é todo mundo que consegue ou tem condições de tirar, principalmente no caso dos EUA e México, que exigem entrevistas. E ainda para 'ajudar' o turista, a Inglaterra pode vir a exigi-lo. Ou seja, viajar pra fora pode não ser tão fácil assim também.

Em momentos de crise, quando todos choram, venda lenços. O pessoal que reclama do fim das bandas deveriam aprender a vender lenços. E hospedagens, passeios, traslados...

Rodrigo Purisch disse...

Pêesse, Guilherme, Absolut, Geraldo e Aline,

A evolução as vezes é dolorosa, e nosso empresariado é muito sensivel a dor, principalmente no bolso.

A indústria nacional de informática quase acabou para renascer em outras bases com o fim da reserva de mercado.

Acho que as vozes comntrárias e o lobby tem mesmo que mostrar seu ponto de vista. Nós é que temos que ficar vigilante e defender o nosso!

Guilherme,

Greve estranha e com viés político. Na verdade estão querendo dar um tiro no próprio pé...

Um abraço a todos

sexta-feira, julho 25, 2008

Queda das Bandas em Vôos paras Europa e EUA: A Manifestação das Vozes Contrárias

Um artigo publicado no Jornal do Brasil intitulado “A ANAC poderá acabar com o turismo doméstico” expõe a opinião de algumas das vozes contrárias a uma possível queda das bandas nos vôos internacionais para fora da América do Sul. Respeito a opinião dessas vozes, mas não comungo da mesma idéia.

Em resumo, elas defendem que a queda das bandas poderia levar a um aumento das viagens internacionais em detrimento das viagens nacionais, perda de divisas e quebra das cias nacionais e da indústria de turismo no Brasil.

Tenho sempre a idéia de que nossos empresários ficam sempre esperando um apoio governamental para continuar fazendo que lhes é mais interessante sem ser incomodado pela concorrência. Como as cias aéreas que operam aviões velhos sem entretenimento de bordo e atrativos para o consumidor que se beneficiam das bandas tarifárias para poder concorrer em preço com cias mais modernas que oferecem serviços melhores. Adoro o Brasil como destino, mas não esqueço que a violência e preços são fatores que pesam muito na escolha do meu destino de férias.

Quando procuro hospedagem no Brasil, tenho dificuldade em encontrar acomodações de nível intermediário e bons preços. Temos hotéis maravilhosos que fixam seus preços baseados nos seus concorrentes da Europa e EUA e pousadas muito simpáticas com tratamento muito cordial e pessoal, mas que cobram quase como resorts. Na outra ponta, temos hotéis velhos com baixa manutenção, pousadas pouco equipadas, mas que cobram preços de hotéis 3 estrelas no exterior. No meio, muito pouca coisa. Os Formule 1 têm se apresentado como uma opção para uma parcela dos turistas , já que os Ibis vêm apresentando um aumento constante de suas tarifas que acabam disvirtuando a proposta inicial de boa relação entre serviço/preço.

Quando procuro tarifas aéreas fora da promoção já encontro passagens cujos preços já me levariam para o exterior. Somente nas promoções, os preços atingem níveis próximo da realidade.

Se um dia as bandas caírem e o mercado interno de turismo sofrer com isso, em grande parte a culpa é dele mesmo, já que poucas vezes a operação e formação de preços é focada no turista interno e sim no que o turista estrangeiro pode pagar.

Talvez será necessário um choque desses para que a média da industria nacional de turismo caia na realidade de que se querem o turista interno como gostam de alardear, vão ter que se aprimorar e cobrar um valor compatível com o que o brasileiro ganha e não mais com o que o turista europeu aceita pagar para ver nossos encantos naturais.

6 comentários:

Anônimo disse...

Rodrigo, também discordo total e frontalmente do texto (vem-me à cabeça agora frases como "papel aceita tudo" ou "é melhor ouvir isso que ser surdo").

Veja só: com medo das "gigantes norte-americanas", o texto defende as bandas tarifárias para proteger a Tam. Diz que, sendo mais barato ir para Miami do que para o Nordeste, o turismo doméstico vai quebrar. Eu, na qualidade de quem não desperdiça uma oportunidade de viajar desde que o destino tenha atrações e os custos sejam honestos (justa relação custo X benefício), vejo a coisa por uma ótica inteiramente oposta.

Acredito que, com o imprescindível fim das bandas, o brasileiro médio vai, enfim, poder viajar para o exterior. Existe uma demanda reprimida por turismo internacional que pode ser diminuída com preços mais baratos. O brasileiro vai poder, enfim, conhecer outras realidades e, ao adquirir novos parâmetros, vai perceber que o turismo doméstico oferece muito pouco considerando o que cobra. Em conseqüência, o brasileiro vai começar a ser mais exigente, o que, por sua vez, forçará os prestadores de serviços (companhias aéreas, hotéis, restaurantes etc.) a praticar melhores serviços por melhores preços. O que eu vejo com o (demoradíssimo) fim das bandas tarifárias é o início de um círculo virtuoso, que fará bem a todos. Se para isso o turismo doméstico vai ter que diminuir, paciência, são as regras do jogo. Há quem diga que "para ver Deus tem de morrer antes", ou seja, tudo exige sacrifício. Se o Brasil pretende levar o turismo a sério, a completa abertura do mercado é medida que se impõe sem mais nenhuma demora. Por isso, PARABÉNS para a Anac, pelo menos nesse ponto. Só falta a nós, consumidores, buscar formas de pressionar esses preços para baixo, para que o fim das bandas sejam para valer e tragam algum efeito prático.

Anônimo disse...

E o lobby???

Rodrigo, mudando de assunto: e essa tal greve anunciada pelos funcionários da INFRAERO. Fazer greve para trocar a diretoria? Eu não sei o que acontece lá, mas isso tá parecendo complô de estudantes mimados para tirarem professores que exigem mais em colégios e faculdades particulares. Esperar para ver quais serão as conseqüências. ; )

Fred Marvila disse...

Cara, há muito tempo eu ouço minha sogra dizer: "Como vc quer viajar para fora do Brasil se você não conhece seu próprio país?"

E eu sempre respondo: "Enquanto o turismo no Brasil continuar custando o mesmo ou até mais caro que o turismo internacional, eu vou continuar viajando pra fora." Ainda bem q essa é a mesma opinião da minha noiva :)

Sem contar toda a bagagem cultural e a tensão (q eu acho a parte mais legal) de estar num lugar novo sem saber se você vai se virar bem que você adquire mesmo quando vai pra Buenos Aires encontrar brasileiros (pq argentino é a última coisa q vc vai encontrar).

Fiz uma cotação de viagem de goiânia para São Paulo para uma amiga e o valor da passagem era mais da metade do valor da passagem pros EUA ou Europa...

Unknown disse...

O Rodrigo resumiu bem a situação dos brasileiros, que com planejamento, optam por viajar ao exterior, onde funciona a lei da oferta e da procura. Um país com a dimensão do Brasil, largado nas mãos das companhias aéreas como TAM, VARIG, GOL, é brincadeira. Elas esfolam o que podem do consumidor. Bem lembrado a situação da rede hoteleira. Cobra-se uma fortuna por um quarto de hotel, num hotel de categoria 3 estrelas. E em muitos, o atendimento é insatisfatório.
O que se precisa fazer no turismo do Brasil hoje é deixar de explorar o turista - brasileiro e estrangeiro - tanto com relação as tarifas elevadas, e também que a população veja o turista como uma fonte de divisas.

Aline Lima disse...

Aqui no Japão, acontece quase o mesmo (mas não temos bandas e nem precariedade no turismo interno).

Em época de Golden Week, o feriadão sagrado em maio aqui, um pacote para Phuket sai no mesmo valor que Okinawa. A diferença? Em Phuket você mal paga 2 dólares por uma cerveja, enquanto aqui, você paga 6. Então, você vai preferir gastar mais e ficar "em casa" ou prefere gastar menos e ir para outro país, conhecer outra cultura?

Tenho um amigo planejando ir para o Brasil (SP, que ele não conhece e revisitar o Rio) no fim de agosto, mas está complicado. Sem falar português, sem uma estrutura turística decente em SP, violência comendo solta nas duas cidades... É muito provável que ele acabe indo a Buenos Aires.

Quem acha que a ANAC pode acabar com o turismo interno tem que lembrar que EUA, México e Canadá exigem vistos - e não é todo mundo que consegue ou tem condições de tirar, principalmente no caso dos EUA e México, que exigem entrevistas. E ainda para 'ajudar' o turista, a Inglaterra pode vir a exigi-lo. Ou seja, viajar pra fora pode não ser tão fácil assim também.

Em momentos de crise, quando todos choram, venda lenços. O pessoal que reclama do fim das bandas deveriam aprender a vender lenços. E hospedagens, passeios, traslados...

Rodrigo Purisch disse...

Pêesse, Guilherme, Absolut, Geraldo e Aline,

A evolução as vezes é dolorosa, e nosso empresariado é muito sensivel a dor, principalmente no bolso.

A indústria nacional de informática quase acabou para renascer em outras bases com o fim da reserva de mercado.

Acho que as vozes comntrárias e o lobby tem mesmo que mostrar seu ponto de vista. Nós é que temos que ficar vigilante e defender o nosso!

Guilherme,

Greve estranha e com viés político. Na verdade estão querendo dar um tiro no próprio pé...

Um abraço a todos

sexta-feira, julho 25, 2008

Queda das Bandas em Vôos paras Europa e EUA: A Manifestação das Vozes Contrárias

Um artigo publicado no Jornal do Brasil intitulado “A ANAC poderá acabar com o turismo doméstico” expõe a opinião de algumas das vozes contrárias a uma possível queda das bandas nos vôos internacionais para fora da América do Sul. Respeito a opinião dessas vozes, mas não comungo da mesma idéia.

Em resumo, elas defendem que a queda das bandas poderia levar a um aumento das viagens internacionais em detrimento das viagens nacionais, perda de divisas e quebra das cias nacionais e da indústria de turismo no Brasil.

Tenho sempre a idéia de que nossos empresários ficam sempre esperando um apoio governamental para continuar fazendo que lhes é mais interessante sem ser incomodado pela concorrência. Como as cias aéreas que operam aviões velhos sem entretenimento de bordo e atrativos para o consumidor que se beneficiam das bandas tarifárias para poder concorrer em preço com cias mais modernas que oferecem serviços melhores. Adoro o Brasil como destino, mas não esqueço que a violência e preços são fatores que pesam muito na escolha do meu destino de férias.

Quando procuro hospedagem no Brasil, tenho dificuldade em encontrar acomodações de nível intermediário e bons preços. Temos hotéis maravilhosos que fixam seus preços baseados nos seus concorrentes da Europa e EUA e pousadas muito simpáticas com tratamento muito cordial e pessoal, mas que cobram quase como resorts. Na outra ponta, temos hotéis velhos com baixa manutenção, pousadas pouco equipadas, mas que cobram preços de hotéis 3 estrelas no exterior. No meio, muito pouca coisa. Os Formule 1 têm se apresentado como uma opção para uma parcela dos turistas , já que os Ibis vêm apresentando um aumento constante de suas tarifas que acabam disvirtuando a proposta inicial de boa relação entre serviço/preço.

Quando procuro tarifas aéreas fora da promoção já encontro passagens cujos preços já me levariam para o exterior. Somente nas promoções, os preços atingem níveis próximo da realidade.

Se um dia as bandas caírem e o mercado interno de turismo sofrer com isso, em grande parte a culpa é dele mesmo, já que poucas vezes a operação e formação de preços é focada no turista interno e sim no que o turista estrangeiro pode pagar.

Talvez será necessário um choque desses para que a média da industria nacional de turismo caia na realidade de que se querem o turista interno como gostam de alardear, vão ter que se aprimorar e cobrar um valor compatível com o que o brasileiro ganha e não mais com o que o turista europeu aceita pagar para ver nossos encantos naturais.

6 comentários:

Anônimo disse...

Rodrigo, também discordo total e frontalmente do texto (vem-me à cabeça agora frases como "papel aceita tudo" ou "é melhor ouvir isso que ser surdo").

Veja só: com medo das "gigantes norte-americanas", o texto defende as bandas tarifárias para proteger a Tam. Diz que, sendo mais barato ir para Miami do que para o Nordeste, o turismo doméstico vai quebrar. Eu, na qualidade de quem não desperdiça uma oportunidade de viajar desde que o destino tenha atrações e os custos sejam honestos (justa relação custo X benefício), vejo a coisa por uma ótica inteiramente oposta.

Acredito que, com o imprescindível fim das bandas, o brasileiro médio vai, enfim, poder viajar para o exterior. Existe uma demanda reprimida por turismo internacional que pode ser diminuída com preços mais baratos. O brasileiro vai poder, enfim, conhecer outras realidades e, ao adquirir novos parâmetros, vai perceber que o turismo doméstico oferece muito pouco considerando o que cobra. Em conseqüência, o brasileiro vai começar a ser mais exigente, o que, por sua vez, forçará os prestadores de serviços (companhias aéreas, hotéis, restaurantes etc.) a praticar melhores serviços por melhores preços. O que eu vejo com o (demoradíssimo) fim das bandas tarifárias é o início de um círculo virtuoso, que fará bem a todos. Se para isso o turismo doméstico vai ter que diminuir, paciência, são as regras do jogo. Há quem diga que "para ver Deus tem de morrer antes", ou seja, tudo exige sacrifício. Se o Brasil pretende levar o turismo a sério, a completa abertura do mercado é medida que se impõe sem mais nenhuma demora. Por isso, PARABÉNS para a Anac, pelo menos nesse ponto. Só falta a nós, consumidores, buscar formas de pressionar esses preços para baixo, para que o fim das bandas sejam para valer e tragam algum efeito prático.

Anônimo disse...

E o lobby???

Rodrigo, mudando de assunto: e essa tal greve anunciada pelos funcionários da INFRAERO. Fazer greve para trocar a diretoria? Eu não sei o que acontece lá, mas isso tá parecendo complô de estudantes mimados para tirarem professores que exigem mais em colégios e faculdades particulares. Esperar para ver quais serão as conseqüências. ; )

Fred Marvila disse...

Cara, há muito tempo eu ouço minha sogra dizer: "Como vc quer viajar para fora do Brasil se você não conhece seu próprio país?"

E eu sempre respondo: "Enquanto o turismo no Brasil continuar custando o mesmo ou até mais caro que o turismo internacional, eu vou continuar viajando pra fora." Ainda bem q essa é a mesma opinião da minha noiva :)

Sem contar toda a bagagem cultural e a tensão (q eu acho a parte mais legal) de estar num lugar novo sem saber se você vai se virar bem que você adquire mesmo quando vai pra Buenos Aires encontrar brasileiros (pq argentino é a última coisa q vc vai encontrar).

Fiz uma cotação de viagem de goiânia para São Paulo para uma amiga e o valor da passagem era mais da metade do valor da passagem pros EUA ou Europa...

Unknown disse...

O Rodrigo resumiu bem a situação dos brasileiros, que com planejamento, optam por viajar ao exterior, onde funciona a lei da oferta e da procura. Um país com a dimensão do Brasil, largado nas mãos das companhias aéreas como TAM, VARIG, GOL, é brincadeira. Elas esfolam o que podem do consumidor. Bem lembrado a situação da rede hoteleira. Cobra-se uma fortuna por um quarto de hotel, num hotel de categoria 3 estrelas. E em muitos, o atendimento é insatisfatório.
O que se precisa fazer no turismo do Brasil hoje é deixar de explorar o turista - brasileiro e estrangeiro - tanto com relação as tarifas elevadas, e também que a população veja o turista como uma fonte de divisas.

Aline Lima disse...

Aqui no Japão, acontece quase o mesmo (mas não temos bandas e nem precariedade no turismo interno).

Em época de Golden Week, o feriadão sagrado em maio aqui, um pacote para Phuket sai no mesmo valor que Okinawa. A diferença? Em Phuket você mal paga 2 dólares por uma cerveja, enquanto aqui, você paga 6. Então, você vai preferir gastar mais e ficar "em casa" ou prefere gastar menos e ir para outro país, conhecer outra cultura?

Tenho um amigo planejando ir para o Brasil (SP, que ele não conhece e revisitar o Rio) no fim de agosto, mas está complicado. Sem falar português, sem uma estrutura turística decente em SP, violência comendo solta nas duas cidades... É muito provável que ele acabe indo a Buenos Aires.

Quem acha que a ANAC pode acabar com o turismo interno tem que lembrar que EUA, México e Canadá exigem vistos - e não é todo mundo que consegue ou tem condições de tirar, principalmente no caso dos EUA e México, que exigem entrevistas. E ainda para 'ajudar' o turista, a Inglaterra pode vir a exigi-lo. Ou seja, viajar pra fora pode não ser tão fácil assim também.

Em momentos de crise, quando todos choram, venda lenços. O pessoal que reclama do fim das bandas deveriam aprender a vender lenços. E hospedagens, passeios, traslados...

Rodrigo Purisch disse...

Pêesse, Guilherme, Absolut, Geraldo e Aline,

A evolução as vezes é dolorosa, e nosso empresariado é muito sensivel a dor, principalmente no bolso.

A indústria nacional de informática quase acabou para renascer em outras bases com o fim da reserva de mercado.

Acho que as vozes comntrárias e o lobby tem mesmo que mostrar seu ponto de vista. Nós é que temos que ficar vigilante e defender o nosso!

Guilherme,

Greve estranha e com viés político. Na verdade estão querendo dar um tiro no próprio pé...

Um abraço a todos