Finalmente a ANAC autorizou a fusão entre a Gol Transportes Aéreos (Gol) e a VRG (Varig). Assim, a dona das duas marcas, a Gol Linhas Aéreas Inteligentes (GLAI, que tem ações em bolsa), pode operar as duas marcas usando apenas um CPNJ e um CHETA (permissão de voar). Consequentemente, a empresa resultante da fusão atuaria usando duas marcas fantasia (Gol e Varig), mas poderia unir vôos, rotas, funcionários, administrações, sede física, etc. A existência das duas marcas vai depender agora apenas da vontade e das diretrizes comerciais da GLAI. Aí é que moram as dúvidas.
O que é certo é ocorrerão muitas demissões, já que com a união dos serviços nos aeroportos e a junção das administrações no mesmo local (prédio da Varig em Congonhas), a duplicidade de funções deve ser extinta e com isso vai sobrar funcionário fazendo a mesma coisa.
E o incerto? O incerto é o futuro da marca Varig e do Smiles.
O vice-presidente de marketing e serviços da Gol, Tarcisio Gargione, fez algumas declarações recentemente que deixam mais dúvidas do que certezas.
Ele teria dito sobre o Smiles (segundo o Mercado e Eventos): os clientes portadores do cartão Smiles terão seus direitos respeitados. "Ainda não sabemos como será o processo com a unificação das operações e estamos estudando uma fórmula satisfatória para a questão. Por enquanto continua valendo o modelo atual". Continua valendo o modelo atual...isso me colocou uma pulga atrás da orelha. Vem mudança pela frente, mas como raramente as mudanças vem a favor do consumidor ou associado dos programas de fidelidade, não sabemos o que esperar. Seria um bom momento para o a Gol assumir o Smiles como seu programa de fidelidade também, aumentando dessa forma os benefícios aos associados e se contrapondo ao Fidelidade TAM. A Gol em algum momento deve entrar na aliança Skyteam (nem que seja como parceria regional com ajuda da Air France) e um programa de fidelidade facilitaria as coisas.
Ele teria ainda declarado, segundo o Estadão , que pesquisas realizadas recentemente demonstraram que a marca Varig não “diz” muita coisa para jovens com menos de 30 anos....
O Estadão diz ainda que está nos planos da empresa equalizar o serviço de bordo das duas cias aéreas, ou seja, acabar com a barrinha de cereal/goiabinha na Gol e empobrecer o serviço da Varig. A diferença das duas, inicialmente, seria a distância entre as poltronas, onde uma mesma aeronave na Gol voaria com 184/187 passageiros e na Varig voaria com 168. Olha pode até sobrar mais espaço entre a poltrona e a imediatamente a sua frente, mas os assentos desses novos B737-800 da Varig são bastante estreitos e causam muito desconforto aos fora de forma....
Com isso tudo, parece que a Gol que um dia foi low cost (baixo custo) e low fare (tarifas baixas), passou a ser low cost, tende a usar um modelo misto usando características das low costs e das cias tradicionais (serviço de bordo, por exemplo). Mas o tal de low fare, parece que definitivamente foi esquecido... Vão tentar adotar o modelo da TAM e da LAN, coisa inimaginável há um tempo atrás....
Certo é que a compra da Varig, para retirar uma concorrente do mercado, está saindo mais cara que o esperado.
Agora, o futuro da Varig e do Smiles, e das suas suadas milhas, aos Constantinos pertence...E nós ficamos na expectativa.