Um artigo publicado no
Jornal do Brasil intitulado “A ANAC poderá acabar com o turismo doméstico” expõe a opinião de algumas das vozes contrárias a uma possível queda das bandas nos vôos internacionais para fora da América do Sul. Respeito a opinião dessas vozes, mas não comungo da mesma idéia.
Em resumo, elas defendem que a queda das bandas poderia levar a um aumento das viagens internacionais em detrimento das viagens nacionais, perda de divisas e quebra das cias nacionais e da indústria de turismo no Brasil.
Tenho sempre a idéia de que nossos empresários ficam sempre esperando um apoio governamental para continuar fazendo que lhes é mais interessante sem ser incomodado pela concorrência. Como as cias aéreas que operam aviões velhos sem entretenimento de bordo e atrativos para o consumidor que se beneficiam das bandas tarifárias para poder concorrer em preço com cias mais modernas que oferecem serviços melhores. Adoro o Brasil como destino, mas não esqueço que a violência e preços são fatores que pesam muito na escolha do meu destino de férias.
Quando procuro hospedagem no Brasil, tenho dificuldade em encontrar acomodações de nível intermediário e bons preços. Temos hotéis maravilhosos que fixam seus preços baseados nos seus concorrentes da Europa e EUA e pousadas muito simpáticas com tratamento muito cordial e pessoal, mas que cobram quase como resorts. Na outra ponta, temos hotéis velhos com baixa manutenção, pousadas pouco equipadas, mas que cobram preços de hotéis 3 estrelas no exterior. No meio, muito pouca coisa. Os Formule 1 têm se apresentado como uma opção para uma parcela dos turistas , já que os Ibis vêm apresentando um aumento constante de suas tarifas que acabam disvirtuando a proposta inicial de boa relação entre serviço/preço.
Quando procuro tarifas aéreas fora da promoção já encontro passagens cujos preços já me levariam para o exterior. Somente nas promoções, os preços atingem níveis próximo da realidade.
Se um dia as bandas caírem e o mercado interno de turismo sofrer com isso, em grande parte a culpa é dele mesmo, já que poucas vezes a operação e formação de preços é focada no turista interno e sim no que o turista estrangeiro pode pagar.
Talvez será necessário um choque desses para que a média da industria nacional de turismo caia na realidade de que se querem o turista interno como gostam de alardear, vão ter que se aprimorar e cobrar um valor compatível com o que o brasileiro ganha e não mais com o que o turista europeu aceita pagar para ver nossos encantos naturais.